Open banking trará mais liberdade aos clientes dos bancos
O sistema financeiro aberto proporciona o compartilhamento de dados entre as instituições; a ideia é que essa abertura traga produtos e serviços financeiros com menos custos e melhores condições
Começou nesta semana a primeira fase do open banking ou sistema financeiro aberto. A partir de agora, bancos e outras instituições financeiras, se autorizados pelo cliente, vão ser obrigados a compartilhar os dados financeiros dele com outras instituições numa plataforma desenvolvida pelo sistema financeiro. Até agora a burocracia interna dos bancos foi uma barreira imensa para alguém que tenta mudar para um concorrente. Fora isso, quanto maior o tempo de relacionamento, mais informações o banco acumula sobre cada cliente. Ao migrar para a concorrência, essas informações se perdiam. Com o open banking, o cliente não fica mais preso a esse sistema. A ideia é que a abertura vai trazer produtos e serviços financeiros com menos custos e melhores condições. A mudança reconhece que os dados financeiros do cliente de qualquer banco pertencem a ele, que vai poder, por exemplo, compartilhar as informações com diferentes bancos para receber propostas de crédito, cartões e seguros. Nessa primeira fase, ocorre apenas o compartilhamento de dados envolvendo canais de atendimento e produtos e serviços mais comuns. É o caso de dados de contratos e juros de empréstimos, entre outros.
Fases do open banking:
– 1ª fase: dados públicos, contratos e taxa de juros
– 2 ªfase: informações cadastrais e transações financeiras
Já a partir de julho, quando começa a segunda fase, estarão disponíveis também as informações cadastrais ou de transações financeiras dos clientes, mais uma vez só expressamente autorizadas. Só no fim do ano a plataforma deverá estar completa com todos os dados liberados, o cliente que autorizar o compartilhamento vai poder acessar uma espécie de cardápio do sistema financeiro para barganhar melhores condições com os bancos concorrentes. Vale dizer que o open banking é uma tendência internacional. O Reino Unido implantou o sistema há quase três anos. A Índia e a Austrália também deram os primeiros passos e Estados Unidos e Canadá também discutem a liberação dos dados. Também vale ressaltar a importante agenda de inovações que vem sendo levada adiante pelo Banco Central. No final do ano passado tivemos o lançamento do Pix, sistema de pagamentos instantâneo que já caiu no gosto do brasileiro como o mais usado. Essa é uma agenda fundamental porque o Brasil sempre teve juros altos devido também à falta de concorrência, junto da inadimplência alta. Com inovações como o Pix e o open banking, o custo de ser cliente de um banco já está caindo e certamente deve cair ainda mais.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.