Thorning-Schmidt: “Não seríamos os mesmos sem os judeus dinamarqueses”

Copenhague, 16 fev (EFE).- A primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, assinalou nesta segunda-feira que a Dinamarca não seria o mesmo país se a comunidade judaica, alvo de um atentado que matou uma pessoa no fim de semana, em Copenhague, o abandonasse.

“A comunidade judaica é uma parte importante da Dinamarca. Vamos fazer tudo para protegê-la”, afirmou hoje em entrevista coletiva a primeira-ministra dinamarquesa, que ressaltou que um ataque contra esta comunidade é um ataque contra todo o país.

A proteção em torno das sinagogas tinha sido reforçada na Dinamarca depois dos atentados de há um mês na França e mais ainda após o primeiro ataque de sábado contra um centro cultural em Copenhague onde havia um debate sobre blasfêmia com a presença do artista sueco Lars Vilks, ameaçado por islamitas.

“Se não o tivéssemos feito, poderia ter sido muito pior”, disse Thorning-Schmidt, aludindo a que no interior da sinagoga, no momento do ataque, havia um evento de “bar mitzvá” (equivalente à comunhão no catolicismo) com 80 pessoas.

Thorning-Schmidt reiterou o que manifestou a polícia após o duplo atentado deste fim de semana em Copenhague: nada aponta que o suposto autor esteja vinculado uma organização terrorista.

“Não temos nenhuma indicação que ele fosse parte de uma célula que o convenceu a fazer isto”, afirmou.

A chefe de governo social-democrata ressaltou a força da democracia dinamarquesa e disse que seu país não aceitará “nenhuma tentativa de minar nosso direito à liberdade”.

O autor dos atentados primeiro abriu fogo contra o centro cultural, ataque que matou um cineasta dinamarquês de 55 anos e deixou três agentes feridos, e, oito horas depois, matou um jovem judeu dinamarquês e feriu outros três policiais diante da sinagoga.

Ele foi abatido quatro horas depois pela polícia ao lado da estação de Nørrebro, no norte da cidade, após responder com tiros ao pedidos para que parasse. EFE