Três suspeitos israelenses confessam ter matado adolescente palestino

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2014 11h56

Jerusalém, 7 jul (EFE).- Três dos seis israelenses detidos em relação com o assassinato de Mohamad Abu Jedeir, o menor palestino queimado na semana passada em Jerusalém, confessaram ter cometido o crime, informou nesta segunda-feira a imprensa local.

O corpo queimado e com sinais de violência do menor palestino, morador de Suafat, na parte oriental de Jerusalém, foi achado em uma floresta do oeste da cidade na quarta-feira passada.

A polícia israelense revelou no domingo que tinha detido seis suspeitos que têm relação com os fatos, ocorridos no meio de uma onda de ataques racistas de ultranacionalistas judeus contra a população palestina.

Os radicais saíram às ruas de Jerusalém aos gritos de “vingança” e “morte aos árabes” horas depois do enterro dos três estudantes israelenses desaparecidos em 12 de junho na Cisjordânia e achados mortos há uma semana perto da cidade palestina de Hebron.

A polícia israelense acredita que Abu Jedeir, que foi queimado vivo, pôde ser vítima da ação vingativa de grupos ultranacionalistas judeus.

De acordo com a imprensa israelense, os três suspeitos que confessaram sua participação nos fatos recriaram o crime perante os investigadores seguindo a rota que o veículo no qual o jovem palestino foi obrigado a entrar forçadamente fez até a floresta de Jerusalém no qual foi achado.

Um porta-voz da polícia explicou à Agência Efe que os seis detidos seguem sob interrogatório policial para determinar que papel cada um deles tem no crime e dilucidar qual é o autor ou autores materiais, assim como colaboradores e cúmplices do mesmo.

Segundo fontes policiais e de inteligência citadas por meios de comunicação locais, os suspeitos são homens jovens, alguns deles menores de idade, residentes na cidade israelense de Beit Shemesh, próxima a Jerusalém, e na colônia judia de Adam, no território ocupado da Cisjordânia.

Os detidos são suspeitos de afiliação a grupos terroristas, pertinência a um movimento ilegal, assassinato, conspiração criminosa, posse de armas e munição, e de cometer um delito por motivações raciais.

A investigação também revelou que a morte de Abu Jedeir foi premeditada.

A principal evidência é o veículo que os suspeitos usaram para o sequestro, que a polícia localizou e que tinha sido registrado pelas câmeras de segurança da zona.

No sábado, o procurador-geral palestino, Mohamad Abdel Ghani Uweili, revelou que a autópsia preliminar mostrava que Mohamad foi golpeado na cabeça e queimado vivo por seus assassinos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, falou nesta manhã com o pai do menor, a quem transmitiu que o ocorrido com seu filho era um crime “atroz e reprovável”.

“Atuamos imediatamente para deter os assassinos. Os levaremos perante a justiça e sobre eles recairá todo o peso da lei. Denunciamos esse comportamento brutal, o assassinato de seu filho é absurdo e não pode ser aceito por nenhum ser humano”, manifestou Netanyahu, de acordo com um comunicado de seu Escritório.

Após sua conversa com o chefe do Executivo, Hussein Abu Jedeir, pai do menor, disse que “o problema do governo israelense é que não está fazendo nada com a ala direitista mais extrema”.

E reiterou que quer que seja aplicada a justiça e sejam destruídos os lares dos que perpetraram o crime, da mesma forma que Israel fez com os das famílias palestinas dos supostos autores do assassinato dos jovens israelenses. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.