Vera: Previdência amenizou clima entre governo e Câmara, mas próximas pautas darão trabalho

  • Por Jovem Pan
  • 08/08/2019 08h19 - Atualizado em 08/08/2019 10h26
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ESTADÃO CONTEÚDO Maia e Guedes comemoraram, juntos, aprovação da reforma na Câmara

A aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados amenizou o clima entre os parlamentares e os membros do governo federal. Após um percurso com trocas de farpas e alguns problemas, nesta quarta-feira (7), o encerramento da tramitação do projeto provocou uma troca de afagos entre o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que haviam se desentendido algumas vezes.

Com isso, o canal entre ambos pareceu estar aberto, o que é um ponto importante para as próximas pautas que a equipe econômica do governo pretende tocar dentro do Congresso Nacional, como a aprovação de uma reforma tributária, que vai exigir ainda mais paciência, conversa e entendimento entre os parlamentares.

Isso porque, além dos questionamentos técnicos e jurídicos do projeto, a reforma tributária fere alguns interesses dos Estados, o que pode dificultar ainda mais sua tramitação na Casa. A tributária preocupa mais os governadores do que a previdenciária, uma vez que ela mexe diretamente na arrecadação dos estados, na concessão de benefícios fiscais e que tem tendência a centralizar toda a arrecadação na União. Além disso, a pauta tem entendimento menor na sociedade, que mobilizou bastante o processo durante a reforma da Previdência.

Outros projetos, como as privatizações, também preocupam, uma vez que injetam dinheiro no Orçamento do governo. Deputados e senadores que não são da base do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que se resume ao PSL, fazem um raciocínio político nesse caso: porque dar dinheiro para o Bolsonaro, quando ele possui discurso de quem quer matar os políticos e já possui um projeto reeleitoral em curso?

Há uma desconfiança dos parlamentares sobre Bolsonaro para com o legislativo, já que ele costuma passar a ideia de que quer se sobrepor a ele, em vez de caminhar junto. Por isso, o governo vai precisar amenizar o clima cada vez mais com esses deputados, e trabalhar para construir a articulação política, que está, ainda, em falta na gestão.

 

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