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Vera: Ceder a todos os desejos dos caminhoneiros pode abrir caminho para pressões de outras categorias

Depois de sofrer forte pressão dos caminhoneiros, que ficaram insatisfeitos com as regras da nova tabela de frete estipulada a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ameaçaram uma nova greve, o governo federal cedeu a mais um dos pedidos da categoria. Nesta segunda-feira (22), a pedido da categoria, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, optou pela suspensão da nova tabela.

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Ao atender novamente às demandas da categoria, o governo se coloca em uma posição delicada, que dá margem à uma sociedade em que todos vão colocar a faca em seu pescoço. Para não correr o risco de desagradar os caminhoneiros, que é uma população forte na base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PSL) desde a época das eleições, a gestão se torna refém da categoria, que já entendeu que, sempre que não gostar ou concordar de algo, basta buscar formas truculentas e radicais de protestar para que seus pleitos sejam atendidos.

No caso dos caminhoneiros, por exemplo, as ameaças de nova greve, de ateamento de fogo em pneus ou mesmo o risco de perder o eleitorado cumprem muito bem esse papel de cercar o governo. Apesar de não ser uma medida nada democrática e nem razoável de negociar, a categoria já entendeu que isso funciona. A partir daí, para que outros grupos de trabalhadores entendam a lógica, fica fácil: diversos setor da sociedade podem, agora, começar a também se manifestar de forma incisiva e ameaçadora para conseguir o que querem.

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