Vera: Milícia bolsonarista da internet está sentada no Palácio do Planalto

  • Por Jovem Pan
  • 11/10/2019 08h10 - Atualizado em 11/10/2019 10h02
Carolina Antunes/PR general Carlos Alberto dos Santos Cruz Santos Cruz, demitido do governo Bolsonaro, foi um dos alvos do linchamento produzido por membros do governo

Em uma reportagem feita para a Revista Crusoé, Felipe Moura Brasil expôs, através de diálogos e conversas com datas, horas e diversas comprovações, como alguns assessores do governo de Jair Bolsonaro, atualmente com cadeiras dentro do Palácio do Planalto, atuam em ações combinadas com blogueiros bolsonaristas para destruir reputações e promover linchamentos virtuais.

Através de estratégias como a excitação de palavras de ordem contra ministros e autoridades do próprio governo, além de veículos de imprensa e jornalistas; a publicação e divulgação em massa de reportagens e a convocação da artilharia das redes sociais contra quem discordar de alguma atitude do bolsonarismo, ficou provado que esses agentes do governo agem para afastar qualquer pessoa que tiver divergências com a atual gestão, mesmo que sejam de direitas e de dentro do bolsonarismo. Foi montada uma milícia virtual e de comunicação para destruir a reputação dos que ousarem se contrapor ao governo.

O exemplo mais gritante se deu com Filipe G. Martins, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, que atuou pela derrubada do Carlos Alberto dos Santos Cruz, então ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência do Brasil. Em um encontro detalhado pela reportagem de Felipe Moura, é possível ver toda a estratégia articulada por ele para o desligamento do ministro do cargo. Deu certo.

Depois, houve também ataques combinados ao jornal O Estado de S. Paulo e alguns de seus jornalistas em especial. Nesses casos, a população recebia mensagens em grupos de WhatsApp e postagens em massa no Twitter, com o objetivo de tornar o massacre real e para que a credibilidade da imprensa fosse firmemente atacada. Até os ministros mais fortes de Bolsonaro, Sergio Moro e Paulo Guedes, já foram alvo do grupo.

Assim, se vê um aproximação muito próxima da linha bolsonarista com a política do ex-presidente Lula, principalmente a partir de 2007, em seu segundo mandato, quando começou a construir blogs aliados para falar bem do governo e se contrapor às críticas da imprensa. Na época, Lula usava a verba da publicidade para tal, coisa que ficou aparente que também é o objetivo de Filipe Martins, já que as mensagens deixam claro que ele tinha raiva de Santos Cruz exatamente por utilizar a verba da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social).

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