Zona do euro espera novas propostas da Grécia

  • Por Agencia EFE
  • 18/06/2015 15h26

Luxemburgo, 18 jun (EFE).- Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro destacaram nesta quinta-feira que corresponde à Grécia dar o próximo passo para conseguir um acordo com os credores e para isso esperam de Atenas uma proposta nova no Eurogrupo, a fim de conseguir um compromisso para “não reviver a batalha de Waterloo”.

“Não tenho vontade de reviver a batalha de Waterloo, na qual todos os europeus se reúnem contra um Estado”, disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Financeiros, o francês Pierre Moscovici, em referência ao combate das forças aliadas lideradas pelo duque de Wellington contra as tropas da França nessa cidade belga às ordens de Napoleão, há exatos 200 anos.

A data coincide com um Eurogrupo em Luxemburgo crucial para o futuro da Grécia, realizado a menos de duas semanas de expirar o segundo resgate ao país, e que Atenas tenha que pagar nessa data uma dívida de 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para evitar uma quebra do país, os parceiros da Grécia reiteraram que o próximo passo deve ser dado por Atenas.

“Esperamos que a Grécia apresente propostas. Estamos esperando há muito tempo e esperamos com paciência. Mas o tempo urge. Depende unicamente da Grécia cumprir o que foi combinado”, assinalou o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble.

“Esperamos que haja um acordo. Mas depende unicamente da Grécia. Os gregos sofrem com esta situação”, acrescentou, enquanto seu colega austríaco, Hans Jörg Schelling, declarou que está acabando sua paciência.

O titular de Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse que apresentará algumas propostas com o “propósito de substituir a custosa discórdia por um consenso eficaz”.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, que horas antes tinha advertido de que não há “período de carência” para a Grécia se não houver pagamento no final do mês, considerou em sua chegada ao Eurogrupo que se houvesse propostas do lado grego “seria formidável porque nos permitiria trabalhar”.

O diretor-gerente do fundo de resgate da zona do euro, Klaus Regling, explicou que os empréstimos da entidade estão vinculados aos do FMI e que, se a Grécia incorrer em falta de pagamento com essa instituição com sede em Washington, o Mecanismo Europeu de Estabilidade tem a “opção” de pedir antecipadamente as devoluções.

O presidente do Eurogrupo, o titular de Finanças holandês Jeroen Dijsselbloem, afirmou que a Grécia tem que cumprir suas obrigações financeiras com todos os seus credores porque, de outra maneira, “teríamos uma situação séria”.

O ministro Michel Sapin francês defendeu por dialogar, discutir e confrontar se for necessário para avançar rumo a um acordo que, segundo sua opinião, é possível porque “as diferenças não são tão grandes”.

Seu colega eslovaco, Peter Kazimir, opinou que “os gregos devem enfrentar a realidade”, embora “talvez não gostem”, enquanto que o responsável letão, Janis Reirs, disse que “a situação só pode ser salva por um milagre”.

O titular de Economia espanhol, Luis de Guindos, sustentou que “a proposta que as três instituições fizeram é adequada porque a Grécia tem que voltar a crescer”.

Também disse que a questão de uma reestruturação da dívida grega “é uma linha vermelha para muitos países, não somente para a Espanha”, e seu colega luxemburguês, Pierre Gramegna, declarou: “Vemos que tudo está acelerando e isso é bom”. EFE

cae-mtm/ma

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.