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Entenda sobre o uso medicinal do THC e os seus benefícios

A Cannabis sativa L., popularmente chamada de maconha, é uma das plantas mais antigas que se tem conhecimento. Segundo estudo realizado pela Universidade de Lausanne, na Suíça, e publicado no jornal científico Science Advances, a cannabis foi cultivada pela primeira vez no início do período Neolítico no Leste Asiático. No entanto, foi catalogada somente em 1753 pelo botânico sueco Carl Linnaeus.

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Substâncias químicas da cannabis 

A cannabis possui mais de 400 substâncias químicas, sendo que 60 delas se classificam na categoria de canabinoides, isto é, ativam os receptores canabinoides presentes no corpo humano.

O THC (tetra-hidrocanabinol), por exemplo, é um dos principais componentes psicoativos presentes nessa planta, bem como o mais potente. Segundo o médico Dr. Vital Fernandes Araújo, pós-graduado em Medicina Ortomolecular e em Psiquiatria, essa substância é responsável pelos efeitos alucinógenos da maconha.

Há também o CBD (canabidiol), que não é um psicoativo e apresenta propriedades terapêuticas. “O CBD tem sido estudado para uma variedade de aplicações terapêuticas, incluindo o tratamento de epilepsia, ansiedade, dor e outras condições médicas”, afirma.

Como o THC age no corpo humano

Quando o THC é inalado ou ingerido, ele se liga aos receptores endocanabinoides (CB1 e CB2) presentes no cérebro e no corpo e, com isso, desencadeia uma série de reações neuroquímicas. “Uma das consequências mais notáveis desse processo é a sensação de ‘ficar na brisa’, na qual o pensamento e a percepção se amplificam, resultando em uma experiência muitas vezes descrita como introspectiva e fascinante”, explica Paulo Jubilut, mestre em ciência e tecnologia ambiental e professor de biologia no Aprova Total.

Além disso, segundo o psiquiatra Dr. Pietro Vanni, da Gravital, clínica canábica, essa interação também pode causar sensação de euforia, alterações na percepção e na memória, aumento do apetite, redução de dor e de inflamação, relaxamento muscular e redução da pressão intraocular.

“Portanto, os efeitos do THC são amplamente sentidos, do humor e sensações até funções corporais. Doses, métodos de uso e susceptibilidade individual alteram sua intensidade”, ressalta o Dr. Vital Fernandes Araújo.

O uso do THC pode auxiliar no tratamento de várias doenças Imagem: LightField Studios | Shutterstock

Uso medicinal do THC

Algumas substâncias químicas presentes na cannabis, chamadas de canabinoides, vem sendo amplamente utilizadas em tratamentos de problemas de saúde. O THC (tetra-hidrocanabinol), por exemplo, é uma delas.

Atualmente, conforme explica o Dr. Vital Fernandes Araújo, essa substância possui diversos usos medicinais confirmados por estudos científicos. São eles:

Formas de administração do THC

Essa substância pode ser utilizada de diversas maneiras, conforme a recomendação médica. “O THC pode ser administrado medicinalmente por quatro vias principais: inalação, via oral, aplicação tópica e outras vias (por exemplo, supositórios, administração intranasal). Cada uma dessas vias está associada a diferentes tempos de ação e durações de ação devido aos seus perfis farmacocinéticos”, explica o Dr. Vital Fernandes Araújo.

Uso legal do THC no Brasil

No Brasil, conforme a lei 11.343/2006, os atos de adquirir, guardar, transportar ou cultivar drogas, para consumo pessoal, são considerados crime. No entanto, o uso medicinal do THC, desde que haja prescrição médica, é liberado. “Os produtos ricos em THC podem ser obtidos em farmácia (com receita especial do tipo A), por meio de importação e por meio de associação de pacientes”, explica o Dr. Pietro Vanni.

O Dr. Vital Fernandes Araújo acrescenta que esse canabinoide também pode ser obtido legalmente por meio de medicações registradas na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) contendo esse composto; autorização da Anvisa para uso compassivo de derivados da cannabis em casos graves específicos; participação em estudos clínicos sobre cannabis medicinal aprovados pelo sistema CEP (Comitês de Ética em Pesquisa)/Conep (instância máxima de avaliação ética em protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos).

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