Alckmin diz ser um ‘bom sinal’ ser alvo do debate: ‘Perigo é ser esquecido’

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/08/2018 17h19 - Atualizado em 10/08/2018 17h25
Reprodução/Facebook Tucano considerou positiva sua participação no debate da noite desta quinta-feira

O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, avaliou que “ser alvo é bom, perigo é ser esquecido”, ao considerar positiva sua participação no debate da noite desta quinta-feira (9) na TV Bandeirantes. Alckmin disse ser um bom sinal ter sido questionado por muitos dos seus adversários.

“Ser alvo é bom, o perigo é ser esquecido”, disse o ex-governador a jornalistas após participar de sabatina na Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na zona sul da capital paulista. “Uma vez fui candidato a prefeito e tive com Fabio Feldmann, que havia sido candidato na eleição anterior. Perguntei a ele como foi a campanha e ele disse que foi muito bem tratado, só elogios. Mas isso porque não tinha nenhuma chance de ganhar”, brincou. “Então ser alvo é bom sinal ”

No debate desta quinta-feira, Alckmin foi um dos principais alvos dos demais candidatos, contrariando a expectativa de que Jair Bolsonaro (PSL) ficasse na linha de fogo. Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT) foram alguns dos que mais escolheram o tucano para dirigir suas perguntas.

Setor

Em um aceno à indústria de bens de capital, Alckmin afirmou ser possível conceder formas mais baratas de financiamento para o setor. “O nosso objetivo é baixar juros para todos. Mas é claro que setores estratégicos podem ser tratados de forma diferenciada”, avaliou o tucano.

À plateia, o ex-governador procurou mostrar sintonia com as propostas que a Abimaq entrega a todos os presidenciáveis que convidou para melhorar a economia. Disse que é preciso trazer confiança de volta à economia para que o empresário possa voltar a investir, prometeu medidas para ajudar os exportadores e também avaliou que outras medidas são necessárias pra reduzir o patamar brasileiro de juros, como um melhor ambiente fiscal e maior competitividade no setor bancário.

O ex-governador, por outro lado, se esquivou de prometer rever a política para o setor de petróleo e gás, que deixou de exigir conteúdo nacional, uma demanda também levantada no evento. “Sempre que pudermos fortalecer emprego e renda no Brasil, vamos fazê-lo. Agora, o que temos que fazer é dar mais competitividade à indústria”, disse. “Se mexermos nas origens do problema, vamos ter presença maior de conteúdo nacional.”

Alckmin reiterou que vai aprovar quatro reformas – a tributária, política, previdenciária e do Estado – e criticou novamente a forma como o governo do presidente Michel Temer aprovou o teto dos gastos. “Do jeito que foi feito, sem reformas, é só uma mera intenção. Fez-se o mais fácil, mas as reformas da Previdência e tributária não aprovaram”, criticou.

O ex-governador lembrou ainda que, sem as reformas, o teto significa que os investimentos acabam sacrificados para que os gastos com pessoal e custeio continuem aumentando.

Reajuste do Judiciário

Alckmin voltou a se posicionar contra o reajuste concedido na quarta-feira (8) pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aos próprios salários, afirmando que a medida é “inadequada” dada a situação fiscal do Brasil.

Alckmin, no entanto, evitou dizer se vetaria a medida ou se orientaria a bancada do PSDB no Congresso a derrubar a proposta. “Vamos aguardar. Isso foi discutido apenas dentro do Poder Judiciário. O projeto nem chegou ainda ao Legislativo e pode até ser rediscutido no Judiciário”, disse, quando perguntado sobre o que faria se fosse presidente e pudesse vetar a proposta. “Claro que não é o momento porque o impacto não é apenas no salário dos 11 ministros (do STF)”, acrescentou, após participar de um evento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O reajuste de 16,38% aprovado pelos ministros do STF começa a refletir em outros setores públicos. Nesta sexta-feira, o Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) aprovou a proposta orçamentária que contempla um aumento de igual proporção para os membros da categoria. O impacto anual estimado do elevação do subsídio é de R$ 223,7 milhões no Ministério Público da União (MPU).

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