Bolsonaro admite tom mais contido no 2º turno, mas repete falas polêmicas: ‘Brincadeiras’

  • Por Jovem Pan
  • 08/10/2018 11h20 - Atualizado em 08/10/2018 11h21
EFE Jair Bolsonaro falou sobre polêmicas de sua campanha presidencial

Ao longo de toda sua campanha, Jair Bolsonaro foi alvo de críticas por algumas de suas posturas tidas como polêmicas e conservadoras em assuntos como demarcação de terras indígenas, direitos LGBT e falas de seu consultor econômico Paulo Guedes e seu vice General Mourão.

Mas será que agora, já com a vaga garantida no 2º turno e com vantagem ampla de votos sobre seu adversário Fernando Haddad, o candidato do PSL vai mudar seu tom para a nova fase de sua campanha para o Planalto? “Não posso virar Jairzinho paz e amor e me violentar. Tenho que continuar sendo a mesma pessoa”, disse, categórico, em entrevista à Jovem Pan.

Mesmo assim, ele admite que deixou, por exemplo, de falar palavrões e é o primeiro a confessar que as “caneladas”, segundo o próprio, de seus aliados tiveram de ser contidas. Paulo Guedes, que acabou dizendo, em determinado momento, que voltaria com o imposto da CPMF e General Mourão, falando em “embranquecimento” da raça ao comentar sobre o neto, são bons exemplos dessas “caneladas”.

Bolsonaro, então, afirmou que pediu “cuidado nas palavras” a ambos. Para ele, “o outro lado [oposição] potencializa [as falas]”. O pesselista acredita que as posturas dele próprio e de sua equipe podem “dar munição para o inimigo”.

Durante a entrevista, no entanto, Bolsonaro reforçou muitas de suas posições controversas. Ele repetiu que vai “jogar pesado na manutenção dos valores tradicionais”, já que “não podemos achar que os gays têm superpoderes”. Também sugeriu que o “ativismo judicial” em decisões de órgãos como FUNAI e IBAMA prejudicam os negócios de uma empresa, citando a demarcação indígena e trabalho escravo para legitimar sua análise.

Outro fator importante que foi usado por diversas vezes por seus adversários de campanha foi sua relação com os diretos das mulheres. Bolsonaro disse que a “maior preocupação das mulheres é a segurança de seus filhos” e que é com isso que pode contribuir, caso eleito.

O capitão da reserva também relembrou fala sobre “fraquejada” ao ter filha mulher, dizendo, mais uma vez, que foi apenas uma “canelada”. E, assim como todas as suas polêmicas, não passam de “brincadeiras”.

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