Líder do PR diz que bancada está dividida entre Lula e Bolsonaro
“A bancada está meio a meio. Há deputados que preferem Bolsonaro e outros que são favoráveis a apoiar o Lula. O Valdemar (Costa Neto) tem um mapa de como estão as disposições regionais”, disse antes de negar que a indecisão seja contraditória. “O PR está próximo ao centro. Se for com Lula, será próximo da centro-esquerda. Se for Bolsonaro, estaremos com a centro-direita”, disse. Ele afirmou ainda que apenas uma pequena parcela do partido está entusiasmada com a pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT).
Sob o comando de Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o PR tem sido cortejado tanto pelo PT, como por PSL e PDT. Bolsonaro, por exemplo, queria o senador Magno Malta (PR-ES) como vice em sua chapa, mas o parlamentar recuou. No lugar, o partido de Valdemar sugeriu o nome do empresário Josué Gomes, que se filiou ao PR no início de abril, mas não teria agradado à campanha de Bolsonaro. Na prática, o PR pode agregar cerca de 45 segundos ao tempo de televisão de Bolsonaro. Sozinho, pelo PSL, o pré-candidato terá menos de 10 segundos.
“Seria extremamente importante 45 segundos a mais no horário eleitoral, mas nem tudo vale 45 segundos. Como explicar para o nosso eleitorado essa pessoa (Josué Gomes) ao lado do Bolsonaro? Melhor manter os 25% (de intenção de voto) do que vender a alma para o diabo. Nós queríamos o PR com o Magno Malta, que é uma pessoa que já defende a mesma linha que nós. Agora o Josué tem um outro perfil. Não tem como colocar a linha do petista do PR na campanha, essa pessoa (Josué) tem a linha petista. É inexplicável isso para os nossos seguidores”, disse o deputado Waldir (PSL-GO).
Josué Gomes é presidente da indústria têxtil Coteminas e filho do ex-vice-presidente José Alencar (que morreu em 2011). Ele já foi estimulado pelo próprio ex-presidente Lula a se aventurar como cabeça de chapa. Em 2014, o empresário disputou uma vaga no Senado pelo MDB, seu antigo partido, e conquistou 3,6 milhões de votos, mas não foi eleito.
Um dos entusiastas da aliança entre PR e Bolsonaro, o deputado federal Capitão Augusto (PR-SP) afirma que a parceria depende agora apenas do presidenciável. Ele diz que a aliança seria o casamento perfeito. “O ideal é alguém que não atrapalhe o Bolsonaro e que tenha um pensamento aliado”. Segundo ele, o prazo para essa parceria se consolidar é quarta-feira.
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