Meirelles mantém projeto de concorrer ao Planalto
Diante das dificuldades para obter apoio do MDB de Temer agora, o ministro intensificou as conversas com siglas com as quais já vinha tratando de suas pretensões. Estão nessa lista o PRB, ligado à Igreja Universal, e também o PSC, já que o deputado Jair Bolsonaro (RJ) foi para o PSL e o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, desistiu de concorrer ao Planalto.
A ideia de Meirelles é migrar para um partido da base aliada até 7 de abril, prazo estabelecido pela lei tanto para a troca de legendas como para a entrega dos cargos de quem for disputar a eleição de outubro. A reportagem apurou que Meirelles conversou com Temer na tarde de sábado, 17, no Palácio do Jaburu. Em público, o presidente continua dizendo que o ministro tem todo o direito de ser candidato.
No diagnóstico de Meirelles, que embarcou no domingo, 18, para Buenos Aires – onde participará de reunião do G-20 -, a filiação a um partido menor agora pode ser uma alternativa para levar o seu projeto eleitoral à frente enquanto aguarda a definição de siglas maiores, como o MDB, em julho.
Tempo na TV
Em conversas reservadas, Meirelles afirma acreditar que, se ele se mostrar viável eleitoralmente nos próximos três meses, e Temer não for candidato, o MDB ainda poderá apoiá-lo, reforçando uma aliança de centro-direita.
O aval do MDB é considerado fundamental porque o partido é dono do maior tempo de TV no horário eleitoral gratuito, que começa em agosto e, além disso, possui grande estrutura no País, a chamada “capilaridade”. Trata-se de um “dote” precioso para quem depende da propaganda para se tornar conhecido.
Atualmente, Meirelles é filiado ao PSD, mas já foi avisado de que não terá espaço para seu projeto nessa sigla. Chefe do PSD, o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, fechou acordo para apoiar o prefeito João Doria, pré-candidato do PSDB ao governo paulista. Em troca, o PSD terá a vaga de vice na chapa. Kassab também negocia a adesão à campanha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.
Com o MDB dividido sobre os rumos a seguir, auxiliares de Temer chegaram a comparar as articulações políticas de Meirelles à de um “mercado de derivativos”, que tem alta dose de risco. No Nordeste, por exemplo, uma ala do MDB defende o apoio ao PT.
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