‘Não acredito que você vá ficar mais seguro com uma arma na mão’, diz Fernando Haddad
Em entrevista ao Pânico desta terça-feira (16), o candidato à presidência da República Fernando Haddad (PT) criticou a proposta de seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) de facilitar o acesso ao porte de armas. “Não acredito que botando uma arma na sua mão você vá se sentir mais seguro”, afirmou o petista.
O candidato disse ter se baseado em estudos para acreditar que a proposta de Bolsonaro não é a melhor para resolver o problema de segurança pública no Brasil. “Todos os estudos mostram que você armar a população aumenta a violência”, disse. “Nenhum especialista vai dizer que a solução para a segurança pública é armar a população”, cravou.
O ex-prefeito de São Paulo mostrou preocupação com uma possível população armada. “O trânsito é violento, vizinhos brigam, aí você vai armar as pessoas?”, questionou. “As crianças também vão ter acesso à arma, ninguém vai comprar uma arma para deixar escondida”, continuou o presidenciável.
Para Haddad, uma solução mais eficiente para o problema é a integração entre as polícias. “A solução para a violência é uma interação federal, do estado e do município, organizar o sistema único de segurança pública”, indicou o candidato. “Ninguém quer dar mole para bandido, mas armar a população não é a solução.”
O petista ainda disse que as propostas mostram a diferença nas abordagens dele e do seu adversário aos problemas do país. “Eu quero assumir responsabilidades, o Bolsonaro quer se livrar”, afirmou, dizendo que o ex-capitão pretende “privatizar a segurança” ao permitir que a população se arme. “É a polícia que tem que te atender, as pessoas não estão preparadas para isso [portar armas].”
Ainda falando sobre segurança pública, Fernando Haddad comentou seu plano para os presídios, que inclui a revisão de penas. “Tem 300 mil mandados de prisão expedidos que não foram cumpridos porque não tem lugar nas cadeias”, disse, destacando que os presídios têm detentos que já cumpriram pena ou que poderiam ter penas alternativas. “Temos que abrir a cadeia para homicidas, assaltantes e estupradores que estão na rua”, defendeu.
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