Mulher que denunciou Felipe Prior por estupro detalha: ‘Gritei e começou a sair muito sangue’
Ex-BBB foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto; ele alega inocência e irá recorrer
A mulher que procurou a Justiça e denunciou o ex-BBB Felipe Prior por estupro falou em detalhes, sem revelar sua identidade, como teria sido o dia em que foi violentada por ele. Prior foi condenado no último dia 8 de julho a seis anos de prisão em regime semiaberto por estupro e pode recorrer em liberdade. A arquiteta, atualmente com 31 anos, tinha 22 quando o caso ocorreu, em 2014. De acordo com a mulher, eles se conheceram na época da faculdade e o abuso aconteceu quando aceitou pegar uma carona com o ex-participante do “BBB 20”. “Estava com a minha amiga, a gente bebeu, eu tinha terminado um namoro fazia uns dois ou três meses. Ela também tinha terminado namoro recentemente. Na hora de ir embora, eu cruzei com o Prior. Ele: ‘Ah, também estou indo, você quer uma carona?’. Eu falei: ‘Tá bom’”, contou a mulher em entrevista ao “Fantástico”.
Prior, conforme relatado pela arquiteta, deixou primeiro a sua amiga em casa. “Quando a gente estava indo sentido a minha casa, ele parou o carro no meio da rua, desafivelou meu cinto, começou a me beijar. Ele foi para o banco de trás e me puxou, começou a tirar a minha roupa e, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei: ‘Felipe, eu não quero, não quero’. Comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo, a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Proferiu umas frases muito… ele começou a falar para eu parar de me fazer de difícil, que é claro que eu queria, que agora não era hora de falar que não e começou a forçar a penetração”, contou. O ex-BBB só teria parado quando viu a vítima ensanguentada.
“Quantas vezes eu preciso falar ‘não’ para a pessoa entender que ela está me machucando? Que ela está me violentando? Ele é muito mais forte que eu, então não tinha como sair dessa situação, foi bem doloroso. Eu gritei, começou a sair muito sangue”, afirmou. “Foi o susto que ele teve que levar para parar a situação, porque fez uma poça de sangue no carro dele. Ele perguntou se eu queria ir para o hospital. Falei que não, que só queria ir para a minha casa. Quando eu cheguei em casa, fui direto para o banheiro, fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar.” A arquiteta foi levada ao médico pela mãe e a profissional que a atendeu atestou o ferimento – uma laceração de grau um compatível com fricção de pênis ou introdução de outro instrumento na vagina.
No dia seguinte, Prior teria mandado uma mensagem para a arquiteta perguntando como ela estava: “Falei que estava machucada, que tinha feito uma ferida e pedi para ele não contar para ninguém. Eu estava com medo dele falar para outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação”. O incentivo para denunciar começou em 2017, quando surgiu o movimento #metoo e ela percebeu que não estava sozinha. “Achava que eu ia conseguir apagar isso da minha vida e seguir em frente como se nada tivesse acontecido, mas isso não aconteceu. Tive crise de pânico e crise de ansiedade”, declarou. “Só decidi denunciar tudo o que aconteceu depois que eu comecei a receber das minhas amigas prints de tweets de outras mulheres falando que tinham sido abusadas e violentadas por ele.” Existem atualmente outras três denuncias de estupro contra o ex-BBB. Os advogados de Prior afirmaram, em nota, que ele é inocente e que vão recorrer da sentença que classificaram como “injusta”. A equipe jurídica do arquiteto divulgou também que ele se manifestará sobre o assunto no momento oportuno.
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