James Bond é envolvido pelo folclore da morte no México
Paula Escalada Medrano.
Cidade do México, 29 mar (EFE).- O centro da Cidade do México está vestido de morte: caveiras, esqueletos, altares e dezenas de pessoas vestidas como a popular “Catrina” recriam a festividade do Dia dos Mortos e compõem o cenário no qual começará “Spectre”, o novo filme de James Bond.
O agente secreto mais famoso do mundo está há dias vivendo nas ruas do Centro Histórico que rodeiam o Zócalo, a Praça da Constituição da capital mexicana, onde nos últimos dias foram rodadas algumas cenas desta produção que estreará em outubro e mostrará um México diferente e autêntico.
“Estamos aqui hoje para honrar o México, a arte do México, a celebração do Dia de Mortos, e tudo isso vai estar em um filme de James Bond”, disse empolgado o diretor de produção, Dennis Gassner, a um grupo de jornalistas que visitaram o set de filmagens.
Rodado também no Reino Unido, Áustria, Itália e Marrocos, o filme começará no México e “vai ser uma incrível abertura”, acrescentou Gassner.
Na opinião da diretora de figurino, Jany Temime, o México é “uma cidade bela e cheia de cor” que contrastará com “os brancos da Áustria e os cinzas de Londres”, algo que dará ao filme “distintas temperaturas e cores”.
Na última sexta-feira foi exibido à imprensa o primeiro trailer curto deste filme, no qual se vê um Bond misterioso que terá que enfrentar seus segredos do passado.
Apesar de o México ser cenário do filme apenas nos 10 primeiros minutos, o esquema desdobrada para esta produção é descomunal.
Alguns números comprovam isso: 500 dublês, muitos dos quais demoram duas horas e meia para serem maquiados; mil fantasias diferentes (sem contar com a roupa dos “civis”); 450 máscaras; e uma equipe de maquiagem de mais de 100 pessoas.
Segundo contou a designer de maquiagem, Naomi Donne, nesse aspecto a produção queria ser “muito respeitosa com o povo mexicano em relação a este dia (o Dia dos Mortos, celebrado em 2 de novembro), porque para eles é muito importante”.
Embora a chuva tenha interrompido alguns momentos da filmagem, já foi rodada uma tensa perseguição por várias ruas, como continuação do desfile do Dia dos Mortos que a produção montou há poucos dias.
A imprensa não pôde, no entanto, ver o protagonista Daniel Craig interagindo com o helicóptero estacionado no Zócalo, embora este elemento certamente vá ser utilizado na produção, já que neste filme quase tudo é real.
“O bom disto é que estamos fazendo de verdade”, disse o diretor de segunda unidade, Alexander Witt, que já trabalhou em três filmes da saga.
Frente à “tendência de fazer tudo no computador”, acrescentou, “o que adoro em trabalhar nos filmes de James Bond é que nós tentamos fazer tudo de verdade”.
Witt reforçou, além disso, a ideia de que os fãs de Bond poderão ver um México desconhecido para muitos.
“O que estamos mostrando aqui no começo mostrará o México de um modo totalmente diferente do que as pessoas conhecem”, comentou.
Apesar dos inconvenientes que possam estar gerando em alguns cidadãos os constantes cortes de ruas e o consequente caos viário, isto será “bom para a indústria mexicana”, assegurou o diretor, já que “encorajará outros filmes a vir filmar aqui”.
Em dezembro do ano passado, o britânico Sam Mendes, diretor do filme, revelou “Spectre” como o nome do novo filme do agente secreto a serviço de Vossa Majestade.
Como nos últimos três filmes – “Cassino Royale” (2006), “Quantum of Solace” (2008) e “Operação Skyfall” (2012) -, a produção será protagonizada por Craig e contará dessa vez com o oscarizado Christoph Waltz para interpretar o vilão e a italiana Monica Bellucci e a francesa Léa Seydoux como “Bond girls”. EFE
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