Arlindo Cruz deixou a Aeronáutica, fez parte do lendário Fundo de Quintal e virou uma lenda do samba

Contato com as rodas de samba do Cacique de Ramos, tradicional bloco de carnaval e berço de grandes talentos do samba, mudou sua trajetória

  • Por Jovem Pan
  • 08/08/2025 16h01 - Atualizado em 08/08/2025 16h15
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TASSO MARCELO/ESTADÃO CONTEÚDO Morre no Rio o cantor, compositor e multi-instrumentista Arlindo Cruz Letras de Arlindo Cruz, que vão do romântico ao crônico, sempre foram um reflexo autêntico da alma carioca

Arlindo Cruz, morto nesta sexta-feira (8), foi um dos nomes mais importantes e influentes da história do samba. Cantor, compositor, instrumentista e arranjador, ele construiu uma carreira sólida e repleta de sucessos, tornando-se uma figura central na renovação e popularização do gênero a partir da década de 1980. Sua contribuição para a música brasileira é vasta, com canções que se tornaram hinos e um talento inegável para traduzir o cotidiano, o amor e as dores da vida em melodias marcantes.

Nascido em 1958, no bairro de Engenho Novo, no Rio de Janeiro, Arlindo cresceu em um ambiente musical, imerso nas rodas de samba e nas tradições do carnaval. No início de sua vida adulta, chegou a seguir uma carreira na Força Aérea Brasileira (FAB). No entanto, sua paixão pela música falou mais alto. Foi o contato com as rodas de samba do Cacique de Ramos — tradicional bloco de carnaval e berço de grandes talentos do samba — que mudou sua trajetória. Largando a Aeronáutica para se dedicar integralmente à música, Arlindo encontrou no Cacique o lugar perfeito para desenvolver seu talento, conhecendo parceiros e mestres que o levariam a integrar o lendário grupo Fundo de Quintal.

Sua jornada profissional começou com força total no Fundo de Quintal, um dos maiores expoentes do pagode de mesa. Ao lado de ícones como Almir Guineto, Jorge Aragão e Zeca Pagodinho, ele ajudou a moldar a sonoridade do grupo, introduzindo instrumentos como o banjo cavaquinho, uma inovação que se tornaria uma marca registrada do pagode.

A voz inconfundível e o talento para compor foram rapidamente reconhecidos. Arlindo Cruz assina a autoria de dezenas de clássicos, muitos deles em parceria com o amigo e parceiro de longa data, Sombrinha. Suas letras, que vão do romântico ao crônico, sempre foram um reflexo autêntico da alma carioca.

Os maiores sucessos que marcaram a carreira de Arlindo Cruz

A discografia de Arlindo Cruz é vasta e repleta de canções que se eternizaram nas rodas de samba e no imaginário popular. Os seus maiores sucessos mostram a versatilidade e a genialidade do artista.

  • “O Show tem que Continuar”: Um dos maiores hinos do Fundo de Quintal e do samba em geral. Composta por Arlindo Cruz, Luiz Carlos da Vila e Sombrinha, a música é um verdadeiro mantra de resiliência e esperança, sendo cantada até hoje em rodas de samba e festas.
  • “Meu Lugar”: Uma declaração de amor ao subúrbio e às raízes, “Meu Lugar” se tornou um hino para os moradores das periferias cariocas. A música, que celebra a beleza e a simplicidade da vida no subúrbio, é uma das mais tocadas e queridas de seu repertório.
  • “Camarão que Dorme a Onda Leva”: Um samba de partido alto com um refrão marcante e uma letra que é um verdadeiro ditado popular. Em parceria com Zeca Pagodinho e Beto Sem Braço, a canção fala sobre a importância de estar atento às oportunidades e não perder o tempo, um clássico que se tornou um hino na voz de Zeca.
  • “Saudade Louca”: Lançada em parceria com Jorge Aragão, essa canção é um clássico que fala sobre a dor da ausência e a força da memória. Com uma melodia suave e uma letra emocionante, a música se tornou um sucesso atemporal.
  • “O Bem”: Essa música é um retrato do cotidiano e da importância de se fazer o bem. Uma canção que emociona pela sua simplicidade e mensagem positiva.

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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