Representantes da fotografia moderna brasileira expõem em Lisboa

  • Por Agencia EFE
  • 11/02/2015 15h10
  • BlueSky

Lisboa, 11 fev (EFE).- Quatro representantes da fotografia moderna brasileira exporão na Fundação Gulbenkian de Lisboa mais de uma centena de imagens históricas que refletem a evolução do país entre 1940 e 1964.

A mostra “Modernidades: Fotografias Brasileiras” poderá ser visitada na capital portuguesa entre 21 de fevereiro e 19 de abril, e repassa o processo de modernização do país no período.

As imagens foram captadas a partir da década dos 40, em plena Segunda Guerra Mundial, até 1964, quando a ditadura militar no Brasil fez muitos cidadãos se exilarem.

A coleção, que já visitou outros países, é composta por 112 retratos em preto e branco e foi reunida pelo Instituto Moreira Salles.

Uma parte das imagens pertencem a Marcel Gautherot (1910-1996), parisiense de origem operária que teve livre acesso às obras de construção de Brasília por ser amigo do arquiteto Oscar Niemeyer, e a Hans Gunter Flieg, um judeu alemão que se refugiou do nazismo no Brasil e é especializado em fotografia industrial.

Completam o elenco Thomaz Farkas (1924-2011), húngaro radicado no país reconhecido pelo toque artístico e vanguardista de suas obras, e o brasileiro José Medeiros (1921-1990), fotojornalista nascido no Piauí que fez carreira = nas redações cariocas.

Um dos curadores da exposição, o português António Pinto Ribeiro, destacou hoje à Agência Efe que três dos autores destas imagens eram “imigrantes ou filhos de imigrantes”, o que deu a eles uma perspectiva diferente.

“Cresceram ali, viajaram entre o Brasil e a Europa, e o resultado dessa relação entre um lugar e outro é o que criou um olhar tão interessante”, argumentou.

Segundo Pinto Ribeiro, as instantâneas recolhem diferentes regiões brasileiras, que vão desde paisagens da Amazônia até retratos de grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo refletindo situações próprias da vida urbana e inclusive o glamour de alguns eventos sociais.

A mostra também deixou entrever algumas das contradições sociais da época moderna, como a reação dos indígenas às novas máquinas ou os aviões.

As imagens que chegam agora em Lisboa foram expostas entre 2013 e 2014 no Museu da Fotografia de Berlim e depois seguirão seu caminho até Paris.

Na capital portuguesa serão exibidas na sede da Fundação Calouste Gulbenkian, criada por um filantropo milionário do petróleo de origem armênia refugiado em Portugal há mais de cinco décadas e que se transformou em centro nervoso da vida cultural do país. EFE

bap/cd

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.