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“Vai ser uma festa muito complicada”, ressalta Rubens Ewald Filho sobre disputa no Oscar

Rubens Ewald Filho no Morning Show - capa AM

A duas semanas do badalado Oscar, evento organizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a imprensa internacional já começa a especular sobre quem serão os possíveis ganhadores deste ano.

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Um dos mais importantes críticos de cinema do país, Rubens Ewald Filho esteve no Morning Show nesta segunda-feira (15) e comentou sobre suas expectativas para a premiação.

“É um momento muito oportuno, o Donald Trump [candidato à presidência dos Estados Unidos] querendo expulsar os mexicanos, no mesmo momento em que eles estão ganhando tudo. É um país complicado e vai ser, mais do que tudo, neste ano, uma festa muito complicada”, ressaltou.

Além de destacar o favoritismo de “O Regresso”, protagonizado por Leonardo DiCaprio, o crítico considera “A Grande Aposta” como o melhor filme, pelas sátiras contidas no enredo, e elege quais longas não valem o ingresso.

“Eu deixaria de ver ‘Brooklyn’, que é um filme absolutamente bobo. ‘Ponte dos Espiões’, também é banal, já tiveram séries de TV que contaram a mesma história e do mesmo jeito há 30 anos. Os outros eu veria, mesmo ‘Mad Mex’. Agora uma coisa que eu ressalto é, por que a academia não gosta de filmes de gênero?! Ficção científica, terror, fantasia, super-heróis. E são estes filmes que mantém a indústria. Qual é a lógica? O único de fantasia que ganhou foi ‘Senhor dos Aneis’”, relembrou.

Já o troféu Odete Roitman, de melhor vilã, ficou com Bette Davis: “Dentro da geração, foi quem ensinou a todas como ser malvada”.

Brasil em destaque

Concorrendo ao prêmio de melhor animação, a indicação de “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu, ao Oscar deste ano surpreendeu por ser a primeira produção brasileira a concorrer na categoria e tem despontado como um dos favoritos, após faturar o Annie Awards.

“Eu acho fantástico a parte da academia que lida com animação, que ao invés de seguir o padrão Pixar tenha ido procurar algo diferente, criativo. Ninguém imaginava que eles pegariam um filme delicado, bem brasileiro, especialmente a trilha sonora, que é muito simples e muito bonita. Talvez as pessoas estejam viciadas em Pixar, mas para o Brasil é muito bom ter essa indicação. Não gosto muito de ‘Divertida Mente’, por exemplo, mas eles gostam, acham um gênio”, destacou Rubens.

Ainda sobre o cenário tupiniquim, o crítico não é pessimista, mas garante: “Culpado é o público que não vai assistir aos filmes nacionais. As comédias fazem sucesso porque a gente precisa rir das coisas, de como tudo está”. E, em seguida, completou: “O grande problema são as escolas de cinema, porque ninguém sabe fazer roteiro, ninguém vê os filmes certos. Continuam fazendo longas sem pé, nem cabeça, isso sabota as produções”.

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