30 anos do tetra: a trajetória da Seleção Canarinho até a final nos Estados Unidos

Mundial de 1994 teve a primeira final na história a ser decidida nos pênaltis e tornou Zagallo o primeiro homem a vencer o torneio em quatro oportunidades

  • Por Matheus Lopes
  • 17/07/2024 19h21
FÁBIO M. SALLES/ESTADÃO CONTEÚDO Jogadores e comissão técnica do Brasil posam após a partida final em Rose Bowl, Pasadena na Copa de 94 dos Estados Unidos Onde o Brasil venceu a Itália por 3 x 2 na disputa de pênaltis. Ao fundo uma faixa com os dizeres Jogadores e comissão técnica do Brasil posam após o título, mostrando homenagem ao piloto Ayrton Senna, que havia morrido antes da Copa

A troca de treinadores durante um ciclo de Copa do Mundo não é novidade para Seleção Brasileira. Quem esteve presente na beira do gramado do estádio Rose Bowl, no dia 17 de julho de 1994, e pôde colocar as mãos na tão cobiçada taça foi Carlos Alberto Parreira. Porém, a preparação para o torneio começou com Paulo Roberto Falcão, demitido em 1991 após bater na trave e ficar com o vice-campeonato na Copa América de 1991. Apesar de Vanderlei Luxemburgo também ter sido levado em consideração para continuação do trabalho, Parreira foi o escolhido para trilhar a campanha nas eliminatórias para o torneio, perdendo apenas uma partida entre oito disputadas.

Invicta na fase de grupos e incontestável até a final

No Grupo B, a Seleção venceu a Rússia por 2 a 0, Camarões por 3 a 0 e empatou com a Suécia em 1 a 1, chegando para o mata-mata como uma das favoritas ao título. Nas oitavas de final, o gol de Bebeto em cima dos Estados Unidos garantiu que o Brasil avançasse para as quartas contra poderosa Holanda, que contava com nomes lendários, como Ronald Koeman, Frank Rijkaard, Marc Overmars e Dennis Bergkamp. O emocionante triunfo de 3 a 2 foi decidido com cobrança de falta do lateral-esquerdo Branco. Na semifinal, o segundo encontro contra a Suécia foi decidido pelo único gol marcado por Romário, carimbando a presença dos “canarinhos” contra a Azzurra na final do torneio.

A Itália chegava para o confronto após uma fase de grupos decepcionante: terceira colocada no grupo E — com México, Irlanda e Noruega — com uma vitória, um empate e uma derrota, e classificada graças ao saldo de gols. No entanto, ancorava-se no talento de Roberto Baggio. No mata-mata, com atuações estupendas de seu melhor jogador, a Azzurra confirmou o favoritismo diante da Nigéria e a Bulgária, além da vitória nos últimos minutos contra Espanha.

A decisão ficou marcada pelo termômetro, que ultrapassava os 30 °C, e pelos fortes duelos entre Romário, Bebeto e Mazinho contra a lendária dupla de zaga italiana, composta por Paolo Maldini e Franco Baresi. Não foi por falta de tentativa que o placar não saiu do 0 a 0. Entre as 24 finalizações do Brasil, o chute de Mauro Silva, aos 29 minutos do segundo tempo, bateu na trave e voltou para o goleiro italiano, que beijou a trave aliviado. A partida se encaminhou para as cobranças de pênaltis e proporcionou uma das imagens mais emblemáticas da história do futebol, descrita por muitos como “o homem que morreu em pé”.

As cobranças

Itália: Baresi – fora
Brasil: Márcio – defesa de Pagliuca
Itália: Albertini – gol
Brasil: Romário – gol
Itália: Evani – gol
Brasil: Branco – gol
Itália: Massaro – defesa de Taffarel
Brasil: Dunga – gol
Itália: Baggio – fora

Roberto Baggio, o “homem que morreu em pé”, após perder o pênalti que deu o tetra ao Brasil

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