Após encontro com Blatter, palestinos mantêm pedido de suspensão de Israel

Palestina de Abbas (dir.) argumenta que Israel tem desrespeitado regras da Fifa ao não punir ataques racistas

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, se reuniu nesta quarta-feira com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para tentar, sem sucesso, retirar o pedido de suspensão da Associação Israelense de Futebol, que será apresentado no congresso da entidade nos próximos dias 28 e 29.

Blatter se encontrou também com o presidente da Associação Palestina de Futebol (APF), Jibril Rajub, que advertiu que não desistirá da medida se Israel não expulsar de suas competições as equipes das colônias judaicas em território ocupado.

Os israelenses são acusados de não punir ataques racistas contra palestinos, de manter cinco equipes das colônias em seus torneios e de impedir a entrada de jogadores e times na Palestina. Na visão da APF, essas ações violam os estatutos da entidade máxima do futebol.

Blatter, que se reuniu ontem com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse a Rajub que certas medidas poderiam ser tomadas para encerrar o conflito. Ele sugeriu, por exemplo, acelerar as concessões especiais de permissões para jogadores e tentar facilitar a movimentação entre Gaza e a Cisjordânia.

Mas o discurso não agradou o presidente da AFP, que exigiu também a expulsão das equipes dos assentamentos das competições israelenses. Sem isso, os palestinos manterão o pedido de suspensão de Israel, que será debatido no próximo congresso da Fifa.

Blatter disse ser contrário à suspensão, apesar de alertar que Israel terá que fazer concessões para barrar a iniciativa palestina.

Ontem, Netanyahu agradeceu a oposição de Blatter “à politização do esporte” e garantiu que Israel está ajudando o futebol palestino. No entanto, o líder israelense admitiu discutir uma série de medidas para melhorar a situação.