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Auxiliar no Shakhtar, Antônio Carlos conta sobre situação em Donetsk

Antônio Carlos Zago em treinamento no Shakhtar Donetsk

Com passagens pelos quatro grandes paulistas, Antônio Carlos Zago se aposentou em 2007, mas não abandonou o futebol. Entre 2008 e 2009 foi diretor técnico do Corinthians, e na sequência treinou alguns clubes como São Caetano e Palmeiras. Para se especializar na função, fez cursos na Europa e há seis meses é assistente técnico do Shakhtar Donetsk.

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Em conversa exclusiva com a Jovem Pan, ele conta como está a situação na Ucrânia, especialmente na região de Donetsk, e sobre a invasão brasileira no clube.

“Muita gente me ligou nos últimos tempos, mas o que aconteceu em Donetsk aconteceu ontem [quinta-feira], até então não tinha acontecido nada. Ontem teve manifestação na praça, onde eles se reúnem, a 100, 150 metros do meu apartamento. Houve três assassinatos, 15 feridos e passamos a conviver com o que estava acontecendo na Ucrânia”.

A crise, que já dura quatro meses, esteve mais concentrada em Kiev, onde ocorreram os primeiros combates entre manifestantes de oposição e governo, e mais recentemente na Crimeia, que está dominada por russos.

O Campeonato Ucraniano ficou paralisado por duas rodadas, e irá retornar neste sábado. Zago conta que o Shakhtar joga no domingo, fora de casa, e que depois deste fim de semana será possível avaliar o que irá ocorrer.

“Estão previstas mais duas manifestações, só treinamos amanhã à tarde e depois viajamos. Na segunda soubemos que o campeonato recomeçaria sem as duas equipes de Crimeia, mas só na segunda vamos saber o que acontece, tanto no futebol quanto na política”.

Ele explica que estão marcadas duas manifestações para os próximos dias, e que a recomendação do clube foi para todos ficarem em casa. “Não tínhamos convivido com isso, dia a dia estava normal: Treinava, voltava pra casa, jantava fora. Vai ser novidade o que está acontecendo em Donetsk”.

Apreensivo pelo momento, ele espera que tudo termine da melhor maneira possível, e revela que houve uma conversa da embaixada brasileira na Ucrânia com Bernard e outros dois jogadores brasileiros do elenco (são doze, no total), mas anterior à manifestação em Donetsk.  

“Já que Donetsk que é a parte mais rica, vamos ter que esperar os acontecimentos. Por enquanto não tem exercito russo, mas falaram que teve movimentação na fronteira, e pode ser que chegue aqui”.

Sobre a convivência no clube, o ex-jogador garante que é como se tivesse no Brasil. “O Mircea Lucescu fala bem português, e depois traduz para o russo”.

A lista dos brasileiros no clube é: Eduardo da Silva (naturalizado croata), Ismaily, Fernando, Ilsinho, Douglas Costa, Taison, Bernard, Alex Teixeira, Luiz Adriano, Dentinho e Wellington Nem e Fred. Também fazia parte do elenco o atacante Maicon, que morreu em um acidente de carro em fevereiro deste ano.

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