Bolha na NBA, estádio sem torcida e calendário: os impactos do coronavírus no esporte
Covid-19 provocou surtos em equipes do futebol brasileiro, reduziu o número de provas da Fórmula 1, jogou a final da Libertadores para o ano que vem e tirou a vida de personalidades do meio
A pandemia do novo coronavírus fez com que o mundo virasse de cabeça para baixo. As pessoas passaram a mudar a forma de se comunicar, alteraram os seus hábitos e também sua rotina. No esporte, não foi diferente. A Covid-19 interrompeu, adiou e até cancelou campeonatos de modalidades distintas. Quando os torneios foram retomados, houve uma transformação: competições e partidas sem público, com protocolos sanitários para evitar a propagação da doença. Abaixo, a Jovem Pan mostra, em retrospectiva, como o vírus impactou o futebol, o basquete, o tênis e outros esportes em 2020.
- Competições paralisadas
Assustado com a proliferação de um vírus desconhecido, o mundo esportivo parou em março. Do futebol ao automobilismo, os campeonatos foram suspensos ou adiados em todas as partes do planeta. No período, as entidades responsáveis passaram a se reunir para definir quando e como voltariam. Na época, foi decidido que a Olimpíada de Tóquio, marcada inicialmente para começar em junho, seria realizada apenas em 2021. O mesmo aconteceu com a Copa América e a Eurocopa, importantes torneios de seleções remarcados para o ano que vem. No tênis, o tradicional torneio de Wimbledon, foi cancelado devido ao coronavírus.
- Retorno sem público
Há quem diga que a realização de eventos esportivos sem a presença de torcedores não tem graça. O mundo, no entanto, precisou lidar com este fato com a retomada dos campeonatos. Para evitar a propagação do novo coronavírus, os amantes de futebol, vôlei, basquete e outros esportes precisaram ficar em casa, acompanhando os torneios pela rádio, televisão ou smartphones. A ausência de torcida, claro, impactou nas receitas das agremiações e federações. Para tentar dar um pouco de vida ao ambiente, surgiu a figura do DJ de estádio. No Brasil e no mundo, jogos de futebol hoje são realizados com o som da torcida da equipe mandante ao fundo.
- Surto no futebol
Logo na primeira rodada do Nacional, a partida entre Goiás e São Paulo, que seria realizada em Goiânia, foi adiada porque o time esmeraldino tinha dez jogadores com Covid-19 no elenco. Na Série B, o CSA pulou de nove para 18 casos em menos de uma semana e teve o duelo com a Chapecoense remarcado. Após os problemas nas primeiras rodadas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aumentou de 40 para 50 o limite de inscritos a fim de não adiar mais partidas. O Flamengo até ameaçou não entrar em campo contra o Palmeiras, mas, após meia hora de atraso, iniciou a partida com 19 desfalques e segurou empate no Allianz Parque por 1 a 1. Palmeiras, Santos e Corinthians já sofreram baixas importantes por causa do coronavírus. Uma rara exceção neste Brasileiro é o São Paulo.
- Mudança no calendário
Ao mesmo tempo, o calendário esportivo precisou ser modificado após o período de paralisação. O Campeonato Brasileiro de 2020, a Copa do Brasil e a Libertadores da América, por exemplo, serão finalizadas somente em fevereiro de 2021. O Campeonato Mundial de Fórmula 1 precisou retirar provas de sua temporada e realizar mais de uma corrida no mesmo circuito para completar o torneio antes do Réveillon.
- Bolha na NBA e Maratona na Champions
Os casos mais curiosos, no entanto, aconteceram nos Estados Unidos e na Europa. A NBA (liga de basquete norte-americana) foi reiniciada em uma espécie de “bolha”, no gigantesco complexo da Disney, em Orlando, na Florida. Com os jogadores confinados no resort e sendo testados frequentemente, a competição foi reiniciada com uma série de partidas seguidas e terminou com o Los Angeles Lakers campeão. No Velho Continente, a Uefa decidiu realizar a reta decisiva da Liga dos Campeões da Europa na cidade de Lisboa, em Portugal, com jogos únicos a partir das quartas de final. Os times disputaram uma maratona de 13 dias, que acabou com o Bayern de Munique como o grande vencedor.
- Mortes
O novo coronavírus também vitimou diversas figuras importantes do esporte. Jorginho, histórico massagista do Flamengo, morreu após contrair a Covid-19. A pandemia ainda levou Rodrigo Rodrigues (jornalista do SporTV), Marcelo Veiga (treinador), Orlando Duarte (ex-jornalista da Jovem Pan), Lorenzo Sanz (ex-presidente do Real Madrid), Norman Hunter (ex-jogador de futebol inglês), Walter Torre (dono da W Torre, contrutora do Allianz Parque), Renê Weber (auxiliar técnico), entre outros.
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