China chama de ‘fake news’ relatórios de que nadadores testaram positivo em exames antidoping

Investigação apontou a presença da substância trimetazidina antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021; a droga é proibida desde 2014, devido à melhora da circulação sanguínea

  • Por Redação
  • 22/04/2024 11h53 - Atualizado em 22/04/2024 11h54
  • BlueSky
Reprodução/Twitter/@Tokyo 2020 Cerimônia de abertura da Tóquio-2020 teve linda queima de fogos Cerimônia de abertura da Tóquio-2020 teve linda queima de fogos

A China chamou de “fake news” os relatórios dos nadadores chineses que testaram positivo para um exame antidoping antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021, nesta segunda-feira (22). “Essas são notícias falsas que não correspondem à realidade”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin. A três meses da cerimônia de abertura dos Jogos de Paris, 26 de julho, uma investigação realizada pela televisão pública alemã ARD e o The New York Times revelou que 23 dos melhores nadadores chineses testaram positivo no começo de 2021 para trimetazidina, uma substância proibida desde 2014, devido à melhora da circulação sanguínea. Essa é a mesma substância pela qual a patinadora russa Kamila Valieca foi suspensa por quatro anos a partir de 25 de dezembro de 2021. Treze dos nadadores que haviam testado positivo conseguiram competir em Tóquio depois que a Autoridade Mundial Antidoping (WADA) aceitou uma investigação chinesa que afirmou que os esportistas ingeriram a substância de forma acidental devido a uma contaminação alimentar.

Contaminação acidental

Em um comunicado divulgado neste sábado (20), a WADA explicou como procedeu. Devido a restrições na época relacionadas à pandemia de Covid-19, seus investigadores não puderam viajar. Entretanto, especialistas independentes foram consultados para testar a hipótese de contaminação. A Autoridade concluiu que “não estava em posição de refutar a possibilidade de contaminação como fonte da trimetazidina”.”Presumo que vocês estejam informados de que a Agência Mundial Antidoping emitiu uma resposta muito clara”, disse Wang nesta segunda-feira, referindo-se à declaração do último sábado. A “investigação minuciosa e detalhada” desse incidente realizada pelas autoridades chinesas concluiu que “os atletas em questão ingeriram drogas contaminadas” sem saber disso, insistiu Wang, acrescentando que “a WADA confirmou as conclusões do centro antidoping chinês”.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan Esportes e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Na mesma linha, a Federação Internacional de Natação (World Aquatics) disse nesta segunda-feira que havia “examinado minuciosamente” os resultados positivos e buscado a opinião de especialistas independentes. As revelações, no entanto, levaram a um embate e a um fogo cruzado de comunicados à imprensa entre o chefe da Agência Antidoping dos Estados Unidos, Travis Tygart, e a WADA. Tygart acusou de varrerem os “positivos para debaixo do tapete”, citando “falhas flagrantes”. A natação chinesa foi afetada por vários casos de doping nas últimas décadas. Nos Jogos Asiáticos de 1994 em Hiroshima, no Japão, sete nadadores testaram positivo para esteroides. Em 1998, a nadadora Yuan Yuan foi suspensa depois que os funcionários da alfândega australiana descobriram excesso de hormônio de crescimento em suas malas enquanto ela viajava para o Campeonato Mundial em Perth.

*Com informações da AFP

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.