Assunção, 25 mar (EFE).- A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) impôs uma multa de US$ 12 mil ao Real Garcilaso, do Peru, pelos insultos racistas feitos por um grupo de torcedores contra o jogador brasileiro Tinga, do Cruzeiro, segundo informa nesta terça-feira o site da entidade.
Além disso, a Conmebol emitiu uma advertência formal de que o clube terá que jogar de portas fechadas, sem público, em caso de uma nova infração deste tipo.
O Tribunal de Disciplina da entidade decretou a multa pelo “canto de natureza racista entoados por parte de um setor de seus torcedores contra “Tinga”, segundo manifestou.
Os fatos ocorreram na partida da Taça Libertadores contra o Cruzeiro em 12 de fevereiro, disputada na cidade peruana de Huancayo e que o time local venceu por 2 a 1.
Tinga, ex-jogador do Borussia Dortmund e campeão da Libertadores com o Internacional, denunciou que foi atacado verbalmente por parte da torcida do Garcilaso por ser negro.
Segundo o zagueiro Dedé, cada vez que Tinga pegava na bola, desde as tribunas era possível ouvir sons que imitavam macacos.
A Unidade Disciplinar da Conmebol iniciou a investigação após receber uma denúncia do Cruzeiro.
A Confederação reiterou em sua declaração na internet seu compromisso “de combater qualquer forma de discriminação e atos racistas em suas competições”.
“É no marco desta prioridade, que foi reforçada a vigilância das equipes arbitrais e dos delegados das partidas para advertir e denunciar este tipo de infrações”, manifestou.
O treinador do Real Garcilaso, Fredy García, pediu desculpas a Tinga e ao Cruzeiro pelos insultos após o encontro, e os presidentes do Peru, Ollanta Humala, e do Brasil, Dilma Rousseff, condenaram a conduta do grupo de torcedores.
As expressões racistas “devem originar indignação e impulsionar nossa luta contra todo tipo de discriminação”, escreveu Humala na rede social Twitter.
“Todo Brasil está apoiando Tinga”, disse Dilma também nessa rede. EFE