Ativista pede punição a brasileiros que assediaram mulher na Rússia

  • 20/06/2018 18h21
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Reprodução Na petição, Alena pede às autoridades russas que levem em conta, além do conteúdo dos vídeos compartilhados pelas redes sociais e as assinaturas recolhidas por ela, também as reportagens divulgadas pela imprensa.

Uma ativista russa criou um abaixo-assinado na internet para reunir manifestações de apoio à punição aos brasileiros filmados assediando uma mulher durante as comemorações da Copa do Mundo, na Rússia. Até as 18 horas, a petição já contava com mais de 9 mil assinaturas.

Alena Popova afirma que as leis russas preveem formas de responsabilizar quem humilhe a honra ou a dignidade de outras pessoas. Segundo ela, o comportamento dos brasileiros também pode ser enquadrado como violação à ordem pública ou assédio, podendo ser punidos com multas administrativas.

A ativista sustenta que os brasileiros filmados constrangendo a mulher ainda não identificada devem se desculpar publicamente por desrespeitar as mulheres e as leis russas ao se comportarem de forma sexista.

Na petição, Alena pede às autoridades russas que levem em conta, além do conteúdo dos vídeos compartilhados pelas redes sociais e as assinaturas recolhidas por ela, também as reportagens divulgadas pela imprensa. E afirma ter consultado a embaixada brasileira sobre eventuais sanções que os brasileiros podem sofrer ao retornar ao país. A Agência Brasil procurou o Itamaraty para confirmar esta informação, mas ainda não obteve respostas.

Diante da repercussão negativa, os ministérios das Relações Exteriores, do Turismo e do Esporte se apressaram em condenar o comportamento dos brasileiros. Hoje, o ministro do Esporte, Leandro Cruz da Silva, disse que a atitude dos homens filmados ridicularizando uma moça que parece não compreender o sentido das frases ofensivas que os brasileiros gritam, em coro e em português, envergonharam todo o Brasil, desdenhando da receptividade russa.

O Ministério do Turismo também condenou  a atitude do grupo, afirmando, em nota, que o machismo e a misoginia não são aceitáveis sob nenhum aspecto, muito menos em um evento como a Copa do Mundo, realizado para “promover a integração entre povos e culturas do mundo todo”.

A Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC) e a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco identificaram nominalmente dois dos homens que aparecem no vídeo que ganhou as redes sociais nos últimos dias. A PM anunciou que o tenente, que está de férias na Rússia , vai responder a processo administrativo disciplinarquando retornar ao trabalho. E a OAB repudiou “veementemente” o episódio e o envolvimento de um advogado pernambucano.

Na explicação de motivos para criar o abaixo-assinado, Alena Popova afirma que a reação pública no Brasil é exatamente como deveria ter sido na Rússia – o que, segundo ela, não ocorre. Esta manhã, a embaixada brasileira informou, durante entrevista do ministro do Esporte, que recebeu várias manifestações de repúdio de brasileiros, mas nenhuma queixa de cidadãos russos.

Além do vídeo em que um grupo de brasileiros cerca uma mulher gritando palavras alusivas ao órgão sexual feminino, pelo menos outros dois registros de brasileiros humilhando estrangeiros circulam nas redes sociais. Um deles foi gravado por um rapaz que trabalhava na empresa aérea Latam, que o demitiu tão logo o episódio se tornou público.

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