Marcos relembra “ombro amigo” a Kahn em 2002: “fiquei chateado por ele”

  • Por Jovem Pan
  • 11/06/2018 16h28
Facebook/Reprodução Marcos, kahn, penta, copa do mundo 2002, copa 2002 Marcos consolou Oliver Kahn após a conquista do penta em 2002

De um lado, Marcos, envolto pela bandeira do Brasil e anestesiado pela conquista do pentacampeonato mundial. De outro, Oliver Kahn, afundado em tristeza e decepcionado por ter cometido a pior falha da carreira. Em comum? A chateação pelo fato de um erro ter ajudado a decidir o título mais importante do planeta.

Dezesseis anos depois, o goleiro da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002 revelou os bastidores de um dos momentos mais célebres do futebol: aquele em que ele, Marcos, deixa a festa pelo penta em segundo plano para consolar Kahn após a final contra a Alemanha – o instante foi eternizado em uma foto que é mundialmente conhecida (e que pode ser vista acima, no início desta matéria).

“Para falar a verdade, eu não me lembro exatamente do que falei para ele ali naquele momento, porque eu não falo inglês, alemão, nada…”, brincou o ex-arqueiro do Palmeiras, em entrevista exclusiva ao repórter André Ranieri, da Rádio Jovem Pan. “Mas eu sentia o momento que ele estava passando, por ter errado numa final de Copa do Mundo… Naquela hora, por ser goleiro, apesar da minha felicidade por ter sido campeão do mundo, eu fiquei um pouco chateado por ele, pelo erro que ele cometeu”, acrescentou.

Três anos antes, no mesmo Japão que sediou Brasil 2 x 0 Alemanha, Marcos passara por experiência semelhante à de Kahn: falhara de maneira decisiva na final do Mundial Interclubes, contra o Manchester United, como goleiro do Palmeiras.

Folhapress

“Kahn jogou mais em 2002”

Marcou ou Oliver Kahn? Quem jogou mais na Copa do Mundo de 2002? A polêmica que provoca calorosos debates não existe para o goleiro do penta. Durante o bate-papo exclusivo com a reportagem da Jovem Pan, São Marcos esbanjou sinceridade e disse que jogou menos que o arqueiro alemão no Mundial da Coreia do Sul e do Japão.

“Ele jogou mais”, afirmou. “A Alemanha tinha um time bem menos qualificado que o do Brasil. Aquela seleção da Alemanha era bem limitada tecnicamente… Naquela Copa, a Alemanha ganhava por 1 a 0, e o Kahn pegava tudo. Eu acho que a Alemanha só chegou à final por causa dele”, acrescentou.

Ao menos em partes, Marcos tem razão. Na primeira fase, a Alemanha fez 8 a 0 na Arábia Saudita, empatou por 1 a 1 com a Irlanda e superou Camarões por 2 a 0. No mata-mata, no entanto, ganhou todos os jogos por 1 a 0 (Paraguai nas oitavas; Estados Unidos nas quartas; e Coreia do Sul na semi).

Oliver Kahn brilhou na maior parte dos confrontos eliminatórios, é verdade, mas falhou feio ao soltar finalização de Rivaldo nos pés de Ronaldo na grande final. O erro foi tão inesperado que provocou até uma “aberração” organizacional: a Fifa, que tomara a decisão antes do último jogo, já havia eleito o goleiro alemão o melhor jogador da Copa e não pôde voltar atrás.

Enquanto isso, Marcos, que pouco trabalhou contra Turquia, China e Costa Rica na primeira fase, teve grande atuação na grande decisão – o mesmo pode ser dito sobre a partida do ex-palmeirense contra a Bélgica, nas oitavas de final.

FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

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