Özil anuncia aposentadoria da seleção alemã e acusa federação de discriminação

  • Por Estadão Conteúdo
  • 22/07/2018 17h50
EFE "Pessoas com origens racialmente discriminativas não devem ser autorizadas a trabalhar na maior federação de futebol do mundo, que tem jogadores de famílias de herança dupla", disse Özil

Mesut Özil anunciou neste domingo que não defenderá mais a seleção da Alemanha. O meia de 29 anos usou as redes sociais para confirmar a decisão que tem como base divergências com a Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), dizendo ser alvo de discriminação por parte da entidade por causa de seu encontro com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em maio.

O jogador do Arsenal fez parte do elenco alemão que foi precocemente eliminado na Copa do Mundo da Rússia, encerrada há uma semana, e foi um dos principais alvos das críticas, tanto por conta de suas atuações, como também por seu encontro com Erdogan, que foi acusado de violações dos direitos humanos. Na ocasião, Özil publicou uma foto com o político turco, o que foi interpretado com conotação política pela entidade que rege o futebol alemão.

Na ocasião, Özil minimizou o caso dizendo que não iria alimentar polêmicas às vésperas da Copa do Mundo. Passado o evento esportivo, o meia veio a público mostrar seu descontentamento pela forma como foi tratado pela Federação Alemã de Futebol desde que o episódio veio a público. O meia do Arsenal tem ascendência turca e defendeu suas ações em uma declaração longa, a primeira vez que ele publicamente falou sobre o assunto.

“Para mim, ter uma foto com o presidente Erdogan não teve objetivos políticos ou eleitorais, foi sobre eu respeitando o mais alto cargo do país de origem da minha família”, explicou Özil em seu Twitter. “Meu trabalho é de jogador de futebol, e não de político. Nosso encontro não teve nenhum viés político”, disse na rede social.

Özil aproveitou também para criticar as atitudes da entidade alemã por conta da polêmica. “O tratamento que eu tenho recebido da DFB e de muitos outros me fizeram não querer mais vestir a camisa da seleção da Alemanha”, disse. “Eu me sinto indesejado e penso que tudo que eu tenho conseguido desde a minha estreia internacional em 2009 foi esquecida.”

“Pessoas com origens racialmente discriminativas não devem ser autorizadas a trabalhar na maior federação de futebol do mundo, que tem jogadores de famílias de herança dupla. Atitudes como as deles simplesmente não refletem os jogadores que supostamente representam”, concluiu Özil, atacando os dirigentes da entidade alemã.

No Mundial realizado na Rússia, a Alemanha estreou com uma derrota por 1 a 0 para o México e depois reagiu ao conseguir uma vitória heroica sobre a Suécia, por 2 a 1, de virada, na segunda rodada da fase de grupos da competição. Em seguida, porém, os alemães deram vexame ao serem derrotados por 2 a 0 pela Coreia do Sul, que acabou eliminando a seleção comandada pelo técnico Joachim Löw.

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