Brasil x Suíça: Seleção reencontra adversário da estreia em 2018 e tenta quebrar tabu
Sem os lesionados Neymar e Danilo, equipe comanda por Tite faz seu segundo jogo no Mundial do Catar nesta segunda-feira, às 13h (de Brasília)
A estreia de Tite em Copas do Mundo não teve o “futebol bonito” que ele havia prometido dias antes. No dia 17 de junho de 2018, o treinador comandou a Seleção Brasileira pela primeira vez em Mundial, vibrou com o gol de Philippe Coutinho, mas teve a sonhada vitória frustrada por um polêmico gol do meia suíço Zuber, no começo do segundo tempo. O Brasil esperou que o VAR sugerisse ao árbitro a revisão no vídeo devido a um empurrão do jogador suíço em Miranda, o que não aconteceu. Irritada, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) endereçou à Fifa um ofício manifestando seu descontentamento com a arbitragem. Quatro anos depois, uma reformulada equipe canarinho reencontra a Suíça na segunda rodada da Copa do Catar, às 13h (de Brasília), no estádio Ras Abu Aboud, em Doha, com a expectativa de vencer o adversário pela primeira vez no maior torneio de futebol do planeta.
A história entre brasileiros e suíços em Copas do Mundo é pequena, mas já deixou marcas profundas no selecionado sul-americano. Além do jogo de 2018, houve outro no Mundial de 1950, sediado no Brasil. O duelo realizado no Pacaembu terminou com vaias após o empate por 2 a 2, o marco zero na fama de exigente (ou “cri-cri”) do público paulista em relação à Seleção Brasileira. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, o técnico Flávio Costa quase foi agredido por uma turba enfurecida. “A pronta intervenção da polícia impediu que o ato tivesse maiores consequências. Dois agressores foram presos e Flávio Costa, que sofreu ligeiras escoriações, foi prontamente medicado”, relatou o periódico.
Com os dois empates, a Suíça figura entre as quatro seleções que jamais perderam para o Brasil em Mundiais — as outras são Hungria, com duas vitórias, Portugal, uma vitória e um empate, e Noruega, uma vitória. É verdade que a história em 2018 poderia ter sido diferente se o árbitro tivesse marcado a falta de Zuber em Miranda. Além deste lance, a equipe canarinho também reclamou de um pênalti em cima de Gabriel Jesus e de um rodízio de faltas em cima de Neymar. Também naquela estreia o camisa 10 saiu de campo reclamando de dores no pé. “Depois que esfria, dói. Mas não é nada preocupante. Se a arbitragem não presta atenção, é ruim para o futebol”, disse o jogador, que não estará em campo nesta segunda devido a uma lesão no tornozelo, sofrida no primeiro jogo do Brasil no Catar.
Sem Neymar e Danilo (também machucado), o Brasil terá apenas seis remanescentes do duelo de 17 de junho de 2018. Alisson, Thiago Silva e Casemiro devem repetir a titularidade. Gabriel Jesus, que vestia a camisa 9 na Rússia, agora senta no banco de reservas com o 18 às costas. Marquinhos saiu do Mundial-2018 com apenas uma partida, mas hoje é titular absoluto. “Me sinto mais experiente e confortável com tudo o que vivi na Seleção. É uma Copa em que estou com mais experiência. Você faz melhores escolhas e entende melhor o que é uma Copa. Para um jogador na minha posição, a experiência é fundamental”, declarou o zagueiro na véspera da partida. Companheiro do defensor no banco há quatro anos, Ederson permanece na reserva de Alisson. Já Fred foi convocado novamente, mas estava lesionado naquele jogo contra a Suíça. Os outros 14 atletas que compunham o elenco brasileiro no país do Leste Europeu não foram chamados desta vez. São eles Cássio, Fagner, Miranda, Geromel, Marcelo, Filipe Luís, Paulinho, Fernandinho, Renato Augusto, Philippe Coutinho, Willian, Douglas Costa, Taison e Firmino.
A Suíça também fez mudanças, a começar pelo comando técnico — Vladimir Petković deu lugar a Murat Yakin —, mas os destaques da Copa da Rússia ainda estão lá. O goleiro Sommer, que teve grande atuação no empate por 1 a 1, e o meia Shaqiri, que joga no Chicago Fire (EUA), mas tem passagens pelos gigantes Bayern de Munique e Liverpool, ainda são titulares. Autor do gol contra Camarões, Embolo entrou no segundo tempo do confronto com o Brasil em 2018. Hoje começará a partida. No total, a seleção helvética tem dez remanescentes do último Mundial. “Em 2018, foi um jogo difícil e conseguimos um bom resultado. Temos consciência do que somos capazes. Acho que evoluímos, ganhamos experiência, jogamos contra grandes equipes e estamos confiantes. Temos que tentar vencer equipes como o Brasil. Já mostramos ser capazes”, sonha Shaqiri.
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