Acordo trabalhista faz Portuguesa voltar a “respirar”; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 13/07/2017 16h36 - Atualizado em 13/07/2017 16h42
Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo Vice-campeã brasileira em 1996, Portuguesa não tem participação garantida na Série D de 2018. É a pior crise da história do clube

A Portuguesa, enfim, consegue ver uma luz no fim do túnel. Na última quarta-feira, em audiência realizada na 59ª Vara do Trabalho de São Paulo, o clube rubro-verde chegou a um acordo com a advogada Gislaine Nunes, que representa cinco atletas em um processo trabalhista de quase R$ 50 milhões. O acerto foi classificado como um “respiro” à Portuguesa.

Nele, ficou definido que o clube pagará R$ 500 mil à vista até o dia 25 de julho e, a partir de então, depositará parcelas de R$ 250 mil mensais para abater a dívida. A maior parte da verba sairá do aluguel do clube para eventos, e cada jogador receberá os valores que lhe cabem em um diferente número de parcelas. Como contrapartida, o leilão do Canindé está suspenso, e o clube não tem mais bens e rendas bloqueados. Ou seja, acabou a “asfixia”.

“Agora, eu acredito que a Portuguesa pode voltar a respirar”, definiu Gislaine, em entrevista exclusiva a José Manoel de Barros que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan. “Não farei mais penhoras. A Portuguesa vai ter as suas rendas livres, dinheiro de onde vier… Terá uma vida nova. Acho que ainda volta a ser um dos clubes mais importantes de São Paulo”.

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O processo trabalhista do qual Gislaine participa cobra cerca de R$ 48 milhões da Portuguesa. Os jogadores representados pela advogada são: Rogério Pinheiro, Ricardo Oliveira, Marcus Vinicius Josias, Rafael Monteiro e Tiago Barcellos. As ações movidas por eles contra o clube rubro-verde impediam a Portuguesa de negociar com outras empresas e geravam um “sufocamento” à instituição, que tinha 100% das rendas bloqueadas e corria o risco de perder o Canindé.

“Em razão desses cinco processos, nós penhoramos o Canindé e o levamos a leilão. Mas não houve arrematação. Então, eu vinha, há dois anos, buscando outra alternativa para a Portuguesa. Leiloar o Canindé não seria a solução, até porque haveria embargo e demoraria muitos anos. Então, achei melhor procurarmos ajuda”, explicou Gislaine.

“Comecei a procurar investidores, vendo que ali (no Canindé) havia uma área muito boa. A Portuguesa já tinha um projeto (de uma nova arena), mas, com a penhora, seria inviável tirá-lo do papel. Nenhum investidor colocaria dinheiro em uma área que corria riscos de ser leiloada… Então, fizemos essa busca por investidores e estruturamos tudo isso com a Portuguesa. Os investidores já podem ficar mais tranquilos. Eu pedi a suspensão do leilão e dos atos executórios”, acrescentou.

Resultado? Abre-se caminho para a revitalização do Canindé. As empresas Conexão 3 e Planova, que participaram da audiência da última quarta-feira, serão as responsáveis pela modernização do estádio. Elas querem oficializar o quanto antes o acordo com a Portuguesa para a construção de uma arena para 20 mil pessoas, além de uma sede social vertical, um shopping, um hotel e torres comerciais no terreno onde está o Canindé.

Pode ser esse o alicerce do qual a Lusa necessita para, enfim, sair do fundo poço.

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