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“Ainda vai levar um tempo”, diz promotor sobre fim de torcida única em SP

Paulo Castilho é o promotor do processo que vetou a presença de torcedores visitantes em clássicos paulistas

Em entrevista exclusiva a Fredy Junior que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan, o promotor Paulo Castilho, do Ministério Público de São Paulo, afirmou que “ainda vai levar um tempo” para que os clássicos paulistas voltem a ser disputados com torcidas de dois clubes. Segundo ele, o fim da torcida única em São Paulo só acontecerá mediante uma “mudança de cultura e de filosofia” das torcidas organizadas – o que, na visão do promotor, ainda pode demorar a acontecer.

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“A torcida única segue, porque os dados são muito significativos. O problema não é dentro do estádio, a gente dividir meio a meio… O problema é o acesso ao estádio. Imagina 20 mil pessoas do Corinthians e 20 mil pessoas do Palmeiras indo a um jogo? Elas vão se encontrar na rua, no metrô, no ponto de ônibus, e vai haver confrontos. Tudo isso passa por uma mudança de cultura, de filosofia, que acho que ainda vai levar um tempo”.

O veto a torcidas visitantes em clássicos paulistas foi imposto pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) em abril de 2016, após uma série de confrontos entre torcidas organizadas. Desde então, todos os jogos entre Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo só contaram com presença de torcedores da equipe da casa. A medida, segundo Paulo Castilho, foi um sucesso.

“Nós tivemos uma diminuição gritante da violência, acabamos com os confrontos de torcida no estado de São Paulo, aumentamos o público em um percentual acima dos 30% e reduzimos o efetivo policial. O objetivo é poupar vidas e defender a integridade física do torcedor… Nós alcançamos isso. Por isso, fico muito feliz”.

“Não” à torcida dupla, mas “sim” à flexibilização

Recentemente, as diretorias de Corinthians e São Paulo pleitearam o fim da torcida única nos clássicos entre os dois clubes nas semifinais do Campeonato Paulista. O pedido não foi atendido pelo Ministério Público, que, por sua vez, permitiu o retorno de instrumentos, faixas e bandeirões aos estádios paulistas no início do mês. A flexibilização, de acordo com Paulo Castilho, foi uma recompensa pelo bom comportamento recente dos torcedores organizados.

“A verdade é que estamos caminhando… Há uma evolução na pacificação das torcidas organizadas. Há um ano, eu disse que era preciso mudar a filosofia das torcidas organizadas, e parece que elas estão assimilando bem as exigências por parte do Estado. Agora… A torcida única, por ora, continua. O balanço é muito positivo”.

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