Capitão do Boca critica Conmebol: ‘Não vou jogar em um estádio onde posso morrer’
Volante e capitão do Boca Juniors, Pablo Pérez relatou nesta segunda-feira (26) o medo vivido no último sábado, quando o ônibus de sua equipe que chegava ao estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, foi atacado por parte da torcida do River Plate, momentos antes da disputa do segundo jogo da final da Libertadores da América, que acabou não acontecendo.
“Eles se dedicaram a atirar pedras, garrafas. Todas as pessoas estavam juntas em um só lugar. Foram minutos que não desejo para ninguém. Eram estilhaços de vidro constantemente. Não foi muito longe do estádio, foi bastante próximo”, relatou em entrevista a repórteres argentinos.
Pérez sofreu lesões no olho e no braço e precisou ser encaminhado ao hospital imediatamente após o ataque. Naquele momento, a ordem era de que a decisão da Libertadores da América fosse realizada quando o jogador retornasse, mas ele deixou claro nesta segunda-feira que não queria jogar.
“Não posso ir a um campo onde não me trazem segurança. O que iria acontecer se jogássemos e ganhássemos? Quem iria me tirar dali? Se as pessoas já estavam loucas antes de começar o jogo, imagina se damos a volta olímpica no estádio deles. Me matam! Não vou jogar em um estádio onde posso morrer”, disparou.
O volante de 33 anos foi bastante crítico também com o comportamento da Conmebol, que ordenou que a partida acontecesse no sábado, chegando a alterar o horário de seu início em duas oportunidades. Somente quando as diretorias de ambos os clubes entraram em acordo, o duelo foi adiado para domingo, antes de ser suspenso pela entidade.
“A Conmebol foi uma vergonha. Estava no hospital e me diziam que teria de jogar, com o olho machucado, inchado. Ia entrar em campo, mas não sei se poderia jogar” afirmou. “O médico da Conmebol nem veio me ver. Entrou em algum momento e anotou que eu estava em condições sem nem me examinar. Não veio médico, nunca foram solidários conosco”.
Com informações de Agência Estado
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