Imprensa argentina divulga mensagens de médico insultando filhas de Maradona
Leopoldo Luque disse em áudios e mensagens que merecia uma estátua por seus cuidados com ‘El Pibe’; ele e mais seis profissionais são investigados por negligência médica na morte do ex-jogador
O neurocirurgião Leopoldo Luque, investigado junto com outras seis pessoas pela morte de Diego Maradona, insultou as filhas do ídolo argentino e disse que merecia uma estátua pelos serviços prestados, de acordo com mensagens vazadas pela emissora de televisão ‘Todo Noticias’ nesta quinta-feira, 25. Apontado como médico da família, Luque liderou a equipe que operou a cabeça do ex-jogador em 3 de novembro de 2020 devido a um hematoma subdural. Alguns dias antes da morte do campeão mundial em 1986, o profissional proferiu insultos contra Dalma e Gianinna em mensagens e áudios. “Elas têm que fazer um monumento meu. Quero que façamos um pacto. Diego para de beber e elas só recebem o amor do pai. Ainda estou trabalhando”, declarou Luque, que dias após a cirurgia compartilhou uma imagem com Maradona publicada na primeira página dos principais jornais do mundo.
Seu interlocutor, o advogado e empresário próximo a Maradona, Victor Stinfale, também insultou as filhas de Maradona, que ficaram chateadas com a foto. Luque ficou com os créditos pela cirurgia, mas pouco depois se soube que uma equipe numerosa operou o ídolo, que morreu em 25 de novembro, aos 60 anos. Ele foi vítima de um edema agudo pulmonar secundário a insuficiência cardíaca crônica. “‘Boludo’, você percebe? Você está na TV nacional, eles estão falando de você em toda a mídia. Eles o identificaram como Luque. Em uma semana eles esquecem se eram quatro cirurgiões, um cirurgião… Se você o tocou ou não é anedótico, porque um cirurgião não opera sozinho. Há outro que está ao seu lado por qualquer motivo”, disse Stinfale em uma das mensagens.
O “Todo Noticias” também exibiu algumas mensagens que Luque trocou com a psiquiatra Agustina Cosachov, outra investigada no caso, no dia seguinte à morte de ‘El Pibe’. “Para mim, temos que estar calmos. A autópsia dará morte natural. O que eles vão dizer? Se alguma pessoa má quiser investigar, eles nos chamarão e nós teremos que nos apresentar. Não temos que pensar sobre isso. Eu tenho muitos pacientes que morrem e é assim que as coisas são. Há alguns em que sou convocado, e em outras, não. Mas não vai ser este o caso. Temos que estar calmos”, afirmou Luque à psiquiatra. O Judiciário argentino formou uma junta médica para analisar se havia assistência médica suficiente para Maradona. Além de Luque e Cosachov, estão sendo investigados o psicólogo Carlos Díaz, a médica Nancy Forlini, o coordenador de enfermagem Mariano Perroni e os enfermeiros Ricardo Almirón e Dahiana Gisela Madrid.
*Com informações da EFE
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