Irmãs de Maradona cobram justiça para o craque argentino: ‘Não merecia morrer assim’
Família do ex-jogador ficou indignada com a divulgação do relatório médico na semana passada
Rita, Ana María, Elsa e Claudia Maradona, irmãs de Diego Maradona, pediram nesta segunda-feira, 3, justiça para o craque argentino, após a divulgação do relatório elaborado sobre a equipe médica, e lamentaram que o ex-jogador “não merecia morrer assim”. “Dói ver alguns atores deste caso passearem pela imprensa como se fosse um espetáculo, e não a morte do nosso amado ‘Pelu'”, diz o comunicado enviado aos veículos de comunicação. No texto, elas pedem a “pena máxima” para os “responsáveis” pela morte do irmão. “O nosso amado Diego não merecia morrer desta forma. Continuaremos procurando a verdade e a justiça como todo o povo argentino. Do céu, o nosso ‘Pelu’ nos guia e dá força”, afirma a declaração. Os parentes expressaram “indignação” por considerarem que o vazamento do relatório médico para a imprensa, na sexta-feira, “violou a privacidade” de Diego Maradona.
A equipe formada pela Justiça argentina para investigar a possível negligência médica na morte de Maradona concluiu que o desempenho dos profissionais da saúde foi “inadequado, deficiente e imprudente”. Os investigados são o neurocirurgião Leopoldo Luque, indicado como médico de família de Maradona, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Diaz, a médica Nancy Forlini, o coordenador de enfermagem, Mariano Perroni, e os enfermeiros Ricardo Almirón e Dahiana Gisela Madrid. “As ações da equipe de saúde que assistiu Maradona foram inadequadas, deficientes e imprudentes. O Sr. DAM (iniciais de Diego Armando Maradona), pelo menos desde a sua hospitalização no (sanatório) IPENSA, não estava em pleno uso das suas faculdades mentais, nem em posição de tomar decisões sobre a sua saúde”, pontua a investigação.
Além disso, afirma que “os sinais de risco de morte que o paciente apresentou foram ignorados” e que Maradona “deveria ter sido avaliado em profundidade sobre o risco cardiovascular e possível doença cardíaca” porque tinha um “histórico de insuficiência cardíaca”. Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, nos arredores de Buenos Aires. A autópsia determinou que o ex-jogador faleceu devido a um “edema agudo de pulmão seguido de insuficiência cardíaca crônica exacerbada”. Também foi constatada uma miocardiopatia dilatada.
O advogado da psiquiatra Agustina Cosachov, Vadim Mischanchuk, disse nesta segunda-feira, da porta do Ministério Público, que “parece” que estão “à procura de um culpado a todo o custo”. “Nem sempre que há uma morte há uma responsabilidade criminal de uma equipe de saúde. A conclusão dos peritos é que o paciente morreu de uma patologia pré-existente que não tem qualquer relação com a atividade psiquiátrica realizada pela doutora Cosachov ou com a medicação que ela indicou”, argumentou.
Rodolfo Baqué, advogado da enfermeira Dahiana Gisela Madrid, disse à imprensa que o relatório culpa “os médicos que trataram” Maradona, e não a sua cliente. “O serviço de atendimento médico e os médicos que o trataram tiveram falhas muito graves e o serviço de enfermagem era muito ruim, mas não o desempenho dos enfermeiros”, defendeu. “Este relatório diz que a enfermeira Dahiana Madrid não foi autorizada a entrar. Que o serviço foi organizado dessa forma, um fato conhecido pelos médicos, os chefes, os membros da família, as filhas, Veronica Ojeda e todas as pessoas que vivem com ela”, concluiu. O relatório, que havia sido divulgado na sexta-feira, foi apresentado à justiça argentina nesta segunda-feira.
*Com informações da EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.