Justiça do Trabalho concede liminar e Dedé pode rescindir contrato com o Cruzeiro

Na Raposa desde abril de 2013, o zagueiro jogou pela última vez em 19 de outubro de 2019, na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, em São Paulo, pela 27.ª rodada do Campeonato Brasileiro

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2021 16h09
Washington Alves / Lightpress/Cruzeiro/Divulgação Dedé passou por problemas físicos durante 3 anos Dedé conquistou sete títulos com o Cruzeiro

A Justiça do Trabalho de Minas Gerais concedeu, nesta segunda-feira, 22, uma liminar a favor do zagueiro Dedé, que permite a rescisão do contrato do defensor com o Cruzeiro. O juiz Fábio Gonzaga de Carvalho, da 48.ª Vara do Trabalho, acatou o pedido do jogador, que requereu o rompimento unilateral do vínculo – previsto para se encerrar em dezembro de 2021 -, alegando atrasos no repasse Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A legislação brasileira prevê a validade da rescisão quando o empregador deixa de repassar o FGTS por período igual ou superior a três meses. Na decisão, o magistrado informou ainda que o Cruzeiro não contestou a acusação da defesa do zagueiro em relação ao não cumprimento dessa obrigação.

No início de janeiro, Dedé ingressou com uma ação na Justiça do Trabalho cobrando do Cruzeiro um valor superior a R$ 35 milhões, referentes ao não pagamento de verbas trabalhistas, além da rescisão do contrato. De acordo com a defesa do jogador, o Cruzeiro deve ao zagueiro seis meses de salário (R$ 450 mil por mês), 10 de direitos de imagem (R$ 300 mil por mês) e quatro de depósito de FGTS. Além disso, segundo o zagueiro, há outras pendências referentes a 2019. No entanto, o primeiro pedido de liminar para a interrupção do vínculo, ajuizado no dia 4 de janeiro, foi indeferido pela Justiça. Na decisão, o desembargador do trabalho Paulo Maurício Ribeiro Pires lamentou a argumentação de Dedé, que na ação trabalhista disse que estava em uma situação semelhante à de escravo.

“Sob outra ótica, lamenta-se a afirmação inicial de que o impetrante, cuja remuneração aduz corresponder a R$ 750.000,00 (e que ao menos parcialmente foi incontroversamente paga ao longo dos anos), esteja sendo submetido a permanecer como um ‘escravo’. Lastimável comparação, notadamente em se considerando o crítico momento sócio-econômico por que passa a esmagadora maioria da população brasileira, em razão das consequências da pandemia que vem assolando o mundo, correspondente à disseminação da COVID-19 – muitos almejando meramente obter um emprego em que receba o salário mínimo, no ano corrente reajustado para o montante de R$1.100,00”, afirmou o magistrado

No Cruzeiro desde abril de 2013, Dedé jogou pela última vez em 19 de outubro de 2019, na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, em São Paulo, pela 27.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, ele saiu machucado para a entrada de Cacá. Desde então, foi submetido a vários tipos de tratamento, desde o conservador até o cirúrgico – procedimento realizado no Rio de Janeiro, em março, por profissionais de sua confiança. De 2015 a 2017, Dedé já havia convivido com inúmeras lesões que o fizeram passar grande parte do tempo no departamento médico. Em 188 partidas pelo Cruzeiro, marcou 15 gols e conquistou sete títulos: dois Campeonatos Brasileiros (2013 e 2014), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e três Campeonatos Mineiros (2014, 2018 e 2019).

*Com informações do Estadão Conteúdo

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