Se uma das máximas do futebol diz que “em time que está ganhando não se mexe”, Roger Machado terá de sair do convencional para fazer o Palmeiras alcançar o melhor resultado possível no Campeonato Paulista. Sem poder contar com Borja, convocado para a seleção colombiana, até o primeiro jogo de uma eventual final, o treinador precisará alterar a dinâmica do setor de ataque alviverde nas fases mais agudas da competição estadual.
A admissão foi feita pelo próprio Roger, na entrevista coletiva após a vitória por 3 a 0 sobre o Novorizontino, no último sábado.
O treinador não considera ter, no milionário elenco palmeirense, um jogador com as mesmas características de Borja. Ou seja: precisará “reinventar” o setor ofensivo palestrino no jogo de volta contra o Novorizontino, na próxima quarta-feira, e, caso o time avance, nas semifinais.
Willian, que costuma jogar pelas pontas, e os jovens Fernando e Papagaio, que acumulam poucos minutos entre os profissionais, surgem como os principais candidatos a substituir o colombiano. Outro que já foi testado na posição, mas não agradou, foi o meia Alejandro Guerra.
“As características são diferentes”, reconheceu Roger. “Willian é diferente, Papagaio é diferente. É jogador mais de área, de bico a bico de área. O Miguel [Borja] sai mais para a lateral, procura a bola mais entre as linhas. O Papagaio é canhoto, com presença de área. O Fernando é jogador de mobilidade. Não tenho um jogador com as características do Borja, mas a gente consegue se adaptar”, acrescentou.
Enfim ajustado ao futebol brasileiro, Miguel Borja é o artilheiro do Palmeiras em 2018 e também o goleador máximo do Campeonato Paulista. Autor de seis gols no Estadual e de um na Libertadores, o colombiano se consolidou como titular e, inclusive, fez falta a Roger Machado quando não pôde jogar. Sem ele, a equipe alviverde soma apenas uma vitória, um empate e uma derrota em três jogos no ano (aproveitamento de 44%). Já com o colombiano em campo, são nove vitórias, um empate e uma derrota em 11 partidas (85%).