Estável em SC, Milton Cruz relembra saída turbulenta do São Paulo: “meu problema é o Leco!”

Mano Menezes (Cruzeiro), Renato Gaúcho (Grêmio), Roberto Cavalo (Oeste), Hemerson Maria (Vila Nova) e… Milton Cruz. Na lista dos cinco treinadores mais longevos do futebol brasileiro na atualidade, chama a atenção o nome de um profissional experiente, é verdade, mas que, até fevereiro de 2017, nem técnico era. Ex-auxiliar do São Paulo, Milton Cruz completou, na última quarta-feira, um ano de Figueirense.
Estável em Santa Catarina, Milton vive rara tranquilidade na carreira. Conhecido por assumir, como interino, o comando técnico do São Paulo nos momentos mais tensos da história recente tricolor, o agora treinador de 61 anos limita-se a trabalhar à frente do banco de reservas do oitavo colocado da Série B.
“Estou muito feliz no Figueirense. Já tive convites de outros clubes, mas não quero sair. Tenho toda a liberdade do mundo e pretendo cumprir o ano de contrato que ainda me resta”, afirmou, em entrevista exclusiva a Marcio Spimpolo que vai ao ar no próximo Plantão de Domingo, na Rádio Jovem Pan.
A polêmica demissão no São Paulo, no entanto, ainda não foi esquecida por Milton Cruz. Questionado se voltaria a trabalhar no clube do coração, o técnico não fez questão de esconder a mágoa que sente de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, atual presidente tricolor.
“Tenho uma história bonita dentro do São Paulo e é lógico que eu não descarto voltar. Nunca fecho as portas. Eu ando na rua, mesmo aqui em Santa Catarina, e as pessoas me param, me perguntam quando eu vou voltar para o São Paulo. É o reconhecimento do torcedor. É lógico que eu gostaria de voltar. Eu não tenho nada contra o São Paulo! O meu problema é o Leco! Foi o Leco que, do nada, me pegou e me tirou. Ele tem toda a liberdade para trabalhar com quem ele quer, mas, do jeito que foi feito, eu não concordo”, disparou.
Milton Cruz deixou o São Paulo em março de 2016. Foram 23 anos no clube até o desligamento provocado por diferenças com o grupo político liderado pelos presidentes Carlos Miguel Aidar e Leco. Ele foi comunicado da decisão minutos depois de um treino, ainda no gramado do CCT da Barra Funda. “Foram quase 23 anos e me demitiram em 30 segundos”, já chegou a afirmar Milton.
“O meu problema não é com o São Paulo. O meu problema é com o presidente que está lá no momento. Eu sou muito grato ao São Paulo por tudo o que o clube fez por mim. Se, hoje, eu sou o que sou, é graças ao São Paulo, que me promoveu como jogador e depois como auxiliar técnico, técnico, coordenador… Eu fui criado debaixo da arquibancada e passei toda a minha infância no clube. Devo tudo ao clube. Essa minha história ninguém vai apagar”, finalizou.
A entrevista exclusiva de Milton Cruz a Marcio Spimpolo vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan. Fique ligado!
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