Raí, diretor do São Paulo, teme volta precoce do futebol e critica postura de Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 30/04/2020 09h59 - Atualizado em 30/04/2020 10h01
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Reprodução Raí é diretor de futebol do São Paulo

Diretor de futebol do São Paulo, Raí afirmou ser contra o retorno precoce do futebol no Brasil em meio à pandemia do novo coronavírus. Em entrevista ao “Globoesporte.com”, o mandatário também criticou a postura de Jair Bolsonaro, presidente da República, que disse estar trabalhando a favor da retomada do esporte no país.

“É bom deixar claro e reforçar que a posição do São Paulo não é voltar rápido. É voltar ao seu tempo, com as orientações, e gradativamente, começando obviamente o treino sem uma data certa de quando o campeonato vai retornar”, disse o são-paulino.

No entendimento de Raí, os clubes também precisarão ajudar a população brasileira quando o futebol voltar. O dirigente, inclusive, revelou que irá conversar com a Federação Paulista de Futebol (FPF) para trabalhar nesse sentido.

“De alguma forma, quando voltar, o futebol tem de estar atento para colaborar também dependendo da realidade no momento e na medida do possível com a rede estatal de hospitais. É uma coisa a se pensar também. É uma coisa que também estava pensando em propor à federação. Os clubes vão precisar dos equipamentos, mas a federação e os clubes também podem colaborar com a população”, declarou.

Na entrevista, Raí também detonou o comportamento de Jair Bolsonaro, classificando as declarações do chefe do Executivo como irresponsáveis. Até o momento, mais de 5 mil mortes foram contabilizadas no país devido à pandemia de Covid-19.

“Um posicionamento atabalhoado, é o mínimo que se pode dizer. Naquele momento, por exemplo, que ele deu aquele depoimento em rede nacional… Ele está no limite, muitas vezes, da irresponsabilidade, quando ele vai contra todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde”, comentou.

Jair Bolsonaro é o presidente da República

Raí também manifestou a sua opinião sobre os conflitos do presidente com parte do governo. Recentemente, Luiz Henrique Mandetta e Sergio Moro deixaram os cargos de ministro da Saúde e da Segurança Pública, respectivamente.

“Outro absurdo do Bolsonaro é inventar crises políticas ou de interesses próprios, familiares, no meio de uma pandemia. É inaceitável. Tenho certeza que muita gente concorda, inclusive alguns apoiadores do Bolsonaro. Ele foi eleito democraticamente, mas a própria democracia está conseguindo frear”, declarou o diretor do Tricolor.

Em certo momento, Raí sugeriu até a renúncia de Bolsonaro no lugar de um processo de impeachment. “Se perder a governabilidade, eu torço e espero uma renúncia para evitar o processo de impeachment, que sempre é traumático. Porque o foco tem que ser a pandemia. (O impeachment) não é uma coisa que tem de se pensar agora, energia nenhuma pode ser gasta nisso, mas se estiver prejudicando ainda mais essa crise gigantesca de saúde, sanitária, tem que ser considerado”.

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