Investigador critica Fifa e promete recorrer de decisão sobre Rússia e Catar
O presidente da Fifa
Joseph Blatter concede entrevista coletiva a uma semana da CopaO presidente da Câmara de Investigação do Comitê de Ética da Fifa, Michael J. García, anunciou que apresentará recurso no órgão de apelação da entidade máxima do futebol, questionando o fechamento do caso sobre o processo de escolha da Rússia e do Catar como sede das Copas do Mundo de 2018 e 2022.
O advogado americano concluiu em setembro um relatório de 350 páginas sobre o caso e o transferiu ao órgão de decisão do Comitê de Ética, que nesta quinta-feira encerrou a investigação e constatou que não há evidência de compra de votos ou violações no processo.
“A decisão de hoje do presidente do órgão de decisão contém várias, incompletas e equivocadas reproduções dos fatos e das conclusões detalhadas no relatório”, afirmou García em comunicado.
Quando finalizou o documento, em 5 de setembro, o advogado indicou que o relatório chegava a conclusões sobre medidas a serem tomadas contra determinadas pessoas envolvidas no processo. Levava em consideração também algumas mudanças necessárias para futuras candidaturas das sedes da Copa do Mundo.
“De acordo com o Código Ético da Fifa, o órgão de decisão publicará uma resolução definitiva sobre este relatório e outros suplementares, que posteriormente serão divulgados publicamente”, destacou o advogado.
Durante a investigação, a Câmara de Investigação entrevistou mais de 75 testemunhas. Além das gravações com os entrevistados, há mais de 200 mil páginas sobre o caso.
O órgão de decisão, presidido pelo alemão Hans Joachim Eckert, comunicou que a publicação do relatório “é totalmente incompatível com a obrigação de confidencialidade à qual estão submetidos os membros do Comitê de Ética da Fifa”.
Eckert divulgou hoje um resumo de 42 páginas com suas conclusões sobre o caso e deixou nas mãos do órgão de instrução a possibilidade de iniciar procedimentos contra oficiais específicos.
A investigação da escolha dos Mundiais de 2018 e 2022 foi iniciada depois da publicação de informações e de acusações contra membros da Fifa sobre possíveis casos de corrupção e suborno nas eleições, que ocorreram no dia 2 de dezembro de 2010, em Zurique.
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