Jogadores não torcem o nariz pra China, diz empresário que contratou Luxemburgo

  • Por Jovem Pan
  • 09/01/2016 15h46
SP - FUTEBOL/TIANJIN QUANJIAN/LUXEMBURGO - ESPORTES - O técnico brasileiro Vanderlei Luxemburgo (c), da equipe do Tianjin Quanjin (CHI), apresenta oficialmente os jogadores Luis Fabiano (e) e Jadson (d) durante treino da pré-temporada realizado no hotel Bourbon Atibaia, em Atibaia, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira, 8. 08/01/2015 - Foto: CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO CONTEÚDO Agência Estado Luís Fabiano e Jadson serão treinador por Vanderlei Luxemburgo no Tianjin Songjiang

O assunto mais falado do momento no futebol brasileiro é a ida de diversos jogadores, especialmente do Corinthians, para a China. Com grande poder de compra, o país asiático pretende não apenas levar os brasileiros, mas se profissionalizar no esporte, conforme contou o empresário César Soler, responsável por levar Vanderlei Luxemburgo para treinar o Tianjin Songjiang, em entrevista a Fausto Favara, da Rádio Jovem Pan.

“Eu acho, quando um mercado de esporte está em evolução, existe um sentimento de investir para que o esporte se difunda no país e seja profissionalizado. Eu lembro que, na década de 1990, houve o mesmo trabalho de profissionalização do futebol no Japão. O Palmeiras tinha acabado de ser bicampeão e levaram César Sampaio, Evair, Zinho. Levaram também o Dunga logo após a Copa do Mundo, o Leonardo, Muller. Não é uma exclusividade da China”, disse César.

O empresário destacou a importância da simpatia do presidente do país, Xi Jimping, pelo esporte. “A China é um país muito populoso, com uma economia importante, e talvez isso seja um fator que desencadeie esses investimentos. Outro fator importante é que o presidente gosta muito de futebol, e para os grandes empresários investir no futebol é uma forma de retribuir a ele. Esse é o panorama que eu vejo”, analisou.

Para ele, o que atraiu Luxemburgo ao time da segunda divisão chinesa foi o projeto do clube. “O presidente (do Tianjin) queria contratar o melhor treinador que estivesse em condições de assumir o clube para fazer um projeto de profissionalização e desenvolvimento do futebol. Ele entendeu que o Vanderlei era o melhor nome, o mais preparado, mais pronto para poder fazer esse tipo de trabalho. É projeto sério, com começo, meio e fim, com trabalho a médio e longo prazo. Eu entendo que o Vanderlei, com toda a história que tem no futebol, não iria aceitar qualquer tipo de contrato, se não tivesse certeza dessa resposta que os chineses deram para ele”, afirmou César.

O empresário ainda acredita que os jogadores não “torcem o nariz” para jogar na China, nem o fazem somente pela questão financeira. “Se você foi para lá hoje, as condições de trabalho, de treinamento, é tudo de primeira linha. Acho que ninguém torce o nariz de ir para lá. As cidades são boas, bem estruturadas. Por exemplo, a cidade do Tianjin tem 7 milhões de habitantes, tem condomínios residenciais de alta qualidade, é muito bem estruturada. Eu não acredito que um profissional vai ser menos bem treinado por uma comissão técnica na China, acho que vai ser a mesma qualidade. O que eu acho que interfere é a quantidade de jogos, porque na China um clube intermediário vai jogar 35, 38 partidas por ano. Na questão de treinamento acho que acabam aprendendo até mais. O povo asiático gosta de treinar, é muito exigida essa parte”, concluiu.

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