Leoz, o hierarca que tornou possível sede permanente da Conmebol no Paraguai

  • Por Agencia EFE
  • 27/05/2015 18h15
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Assunção, 27 mai (EFE).- O paraguaio Nicolás Leoz, um dos 14 acusados pelos Estados Unidos de corrupção dentro da investigação a dirigentes da Fifa, vive longe do futebol desde que, em 2013, renunciou à presidência da Conmebol, cargo que ocupou durante 26 anos.

Leoz, de 86 anos, foi sucedido pelo uruguaio Eugenio Figueredo, um dos sete dirigentes detidos ontem à noite na Suíça no curso da operação do FBI.

A renúncia de Leoz como presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) foi uma despedida em grande estilo da cúpula dirigente do futebol, já que ele também deixou de ser membro do Comitê Executivo da Fifa e da organização da Copa do Mundo de 2014.

Sua despedida esteve acompanhada de um mar de elogios por parte dos hierarcas desse esporte, alguns dos quais, como Figueredo, o classificaram como um “visionário do futebol”

Uma das marcas de sua administração foi implantar uma sede permanente para a Conmebol em Assunção. Em 1990, foram construídas as modernas instalações da cidade na cidade de Luque, na Grande Assunção.

Era a culminação de uma carreira que tinha começado como torcedor do Libertad, clube do qual se tornou sócio até que, em 1968, foi eleito presidente.

Durante seu mandato como presidente da Associação Paraguaia de Futebol, em 1979, o Olímpia conquistou o título de campeão da Taça Libertadores, o que lhe abriu caminho para chegar ao mais alto posto do organograma do futebol sul-americano em 1986.

No entanto, essa despedida teve também seu lado obscuro, já que foi anunciada quando Leoz era investigado pela Fifa por um suposto suborno de US$ 20 milhões para apoiar a candidatura do Catar como sede do Mundial de 2022.

A renúncia foi seguida pela de João Havelange como presidente de honra da Fifa.

No entanto, coincidindo com essas renúncias, a Comissão de Ética da Fifa anunciou em abril de 2013 que fechava o caso ISL, que investigou o pagamento de subornos a ex-dirigentes da entidade, sem necessidade de abrir procedimentos contra outras pessoas ligadas à Fifa.

O relatório da comissão concluiu que foram evidenciados desvios de “quantias consideráveis” para Leoz, João Havelange e seu genro, Ricardo Teixeira, “sem que se possa demostrar que tenha sido prestado algum serviço por isso”.

Mas a Fifa considerou então que “a aceitação do suborno” por parte de Havelange, Teixeira e Leoz não constituía crime punível conforme o direito penal suíço, embora tenha destacado que “Havelange e Teixeira em nenhum caso deveriam ter aceitado suborno na qualidade de funcionários oficiais do futebol”.

Após seu adeus, Leoz se dedicou a seus negócios em Assunção, onde possui uma clínica particular e uma imobiliária, e onde continua sendo uma das figuras frequentes nas reuniões da sociedade local. EFE

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