Mano Menezes não vê falta de título como decisiva para sua saída: “não mudaria”

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2014 14h41
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Jovem Pan Mano Menezes lamentou calendário e instabilidade no futebol

Mano Menezes não deve ser o treinador do Corinthians no ano de 2015 e acredita que nem mesmo o título da Copa do Brasil mudaria esse cenário. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o treinador acredita que a realização das eleições presidenciais no mês de fevereiro é um erro de planejamento e a principal razão para a interrupção de seu trabalho.

Trazido por Mario Gobbi, Mano Menezes não sabe se terá a confiança de Roberto Andrade, candidato da situação ao cargo principal do clube. Por isso, ele não vê a perda do título da Copa do Brasil como decisiva para sua não-renovação. “Não gosto muito de simplificar no futebol. Não acho que um título isolado como o da Copa do Brasil deva mudar o sentimento em algo que é tão importante como a confiança no treinador”, opinou.

O impasse que o clube vive sobre a não definição do seu novo presidente será prejudicial para  o planejamento corintiano na opinião de Mano, já que escolher um novo gestor em fevereiro, às vésperas do início da temporada dificultará toda a pré-temporada e o planejamento que deveria ser realizado. “Penso que o clube vive uma situação atípica, o cerne do problema é que uma eleição em um clube não pode ser em fevereiro. Isso, na minha opinião, é um grande erro”.

Questionado se ainda há uma possibilidade de o novo gestor querer a continuidade de seu trabalho, Mano evitou comentar o assunto. “Não sou eu quem vou alimentar esse assunto. Só falo sobre o assunto se o Corinthians quiser e depois do término do Campeonato Brasileiro”, decretou.

Seleção Brasileira

A saída de Mano Menezes da Seleção Brasileira antes da Copa do Mundo de 2014 ainda ecoa em sua carreira. Questionado se Dunga conseguirá chegar ao Mundial de 2018 no cargo, ele não soube dizer, mas disse acreditar no trabalho de seu conterrâneo. “Acredito que o Dunga vai fazer mais um bom trabalho no cargo e apenas os resultados darão condição de chegar ou não ao próximo Mundial, o que eu acho um erro porque não vejo tanta importância em resultados de amistosos e sim em formar uma equipe, já que formamos uma a cada quatro anos”, disse.

Apesar de sua saída, Mano diz não se arrepender de deixar o Corinthians líder do Campeonato Brasileiro em 2010 para assumir o desafio. “Eu não podia deixar de ir, mesmo sabendo da instabilidade. O problema é que houve uma troca de presidente no meio do trabalho. É lógico que o sentimento é ruim. Nunca havia me sentindo indiferente à Seleção Brasileira, mas durante a Copa do Mundo de 2014, eu fui”, contou.

Para Mano, a prova de que seu trabalho foi bem feito é a manutenção de boa parte dos nomes que figurava em sua lista esteve no Mundial 2014 e ainda permanece na equipe de Dunga. “É péssimo ter um trabalho interrompido, ainda mais depois de iniciar uma reformulação daquele tamanho. É difícil olhar e ver que 70% daqueles jogadores chegaram lá enquanto eu estava no comando”, finalizou.

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