Membro da organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio é preso por suposto suborno

Haruyuki Takahashi foi detido nesta quarta-feira, 17, acusado de ter recebido propina milionária de uma empresa local, a rede de roupas japonesa Aoki, para favorecer a companhia na realização da olimpíada

  • Por Jovem Pan
  • 17/08/2022 10h19
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EFE/EPA/KIMIMASA MAYAMA toquio-2020 Haruyuki Takahashi teria recebido propina em troca de tratamento diferenciado no processo de seleção dos patrocinadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio

Integrante da direção do Comitê Organizador Local dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Haruyuki Takahashi, de 78 anos, foi detido nesta quarta-feira, 17, acusado de ter recebido propina de uma empresa local, a rede de roupas japonesa Aoki. Os subornos, que teriam chegado ao valor de 51 milhões de ienes (R$ 1,94 milhão), seriam uma espécie de compensação por um serviço de consultoria, conforme foi divulgado pelo Ministério Público de Tóquio. Também foi preso o presidente da companhia, Hironori Aoki, de 83 anos, e outras pessoas supostamente envolvidas no pagamento de propina para o governo japonês. O Ministério Público do Japão suspeita que o dinheiro foi pago pra uma empresa ligada ao dirigente, em uma série de transações entre outubro de 2017 e março de 2022, em troca de tratamento diferenciado no processo de seleção dos patrocinadores das olimpíadas. A companhia de roupas anunciou, em outubro de 2018, que se tornava um dos patrocinadores oficiais da olimpíada, o que permitiu o uso do emblema do evento e a venda de produtos oficiais. A Aoki também se tornou habilitada a confeccionar os uniformes oficiais da Tóquio 2020.

No mês passado, a polícia executou operações de busca nas residências dos dois acusados de comandar o esquema, assim como nos escritórios do Comitê Organizador Local, atualmente vazios. Takahashi, que também já foi gerente da maior agência de publicidade do Japão, passou a integrar a direção do Comitê em junho de 2014, cerca de um ano após a capital japonesa ser escolhida como sede das olimpíadas. O executivo não deveria aceitar dinheiro ou presentes relacionados ao seu cargo no conselho de administração das olimpíadas, o que configura conflito de interesses e favorecimento ilegal. Este caso de corrupção é mais um na lista de escândalos do governo japonês com relação à realização dos jogos. Em 2019, o então presidente do Comitê Olímpico do Japão, Tsunekazu Takeda, renunciou ao cargo após ser envolvido em denúncias de compra de votos para favorecer a candidatura da cidade sede. Yasuhiro Mori, ex-presidente do Comitê Organizador Local, também teve que deixar a função, apenas cinco dias antes do início da olimpíada, devido a comentários sexistas.

*Com informações da AFP e EFE

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