Nadal quer que resultados de seus exames antidoping se tornem públicos

  • Por Estadão Conteúdo
  • 26/04/2016 13h18
Agência EFE Nadal - Agência EFE

Farto de ser acusado de utilizar substâncias proibidas, Rafael Nadal escreveu uma carta ao presidente da Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) e pediu para todos os resultados dos seus exame antidoping e os registros do passaporte biológico sejam tornados públicos. 

“Não pode haver ninguém livre no nosso mundo do tênis falando e acusando sem provas”, disse o dono de 14 títulos dos torneio do Grand Slam na carta obtida nesta terça-feira pela agência de notícias The Associated Press (AP). 

A carta de Nadal foi enviada ao presidente da ITF, David Haggerty, na última segunda-feira, no mesmo dia em que ele entrou com uma ação contra uma ex-ministra do governo francês, que deu declarações insinuando que ele se dopou. 

“Eu sei quantas vezes fui testado, dentro e fora das competições”, escreveu Nadal na carta. “Por favor, torne todas as minhas informações públicas. Por favor, torne público meu passaporte biológico, a minha história completa de controles antidoping e testes”, acrescentou. 

“A partir de agora peço-lhe para comunicar quando sou testado e os resultados assim que eles estiveram prontos nos seus laboratórios. Eu também o incentivo a começar a apresentar ações judiciais, se houver qualquer desinformação espalhada por qualquer pessoa”, continuou Nadal. 

A ITF confirmou que recebeu a carta de Nadal, incluindo o pedido de divulgação dos seus testes pelo Programa Antidoping do Tênis (TADP, na sigla em inglês). “A ITF pode confirmar que o senhor Nadal nunca falhou um teste sob o TADP e não foi suspenso em qualquer momento por uma violação da legislação antidoping ou por qualquer outro motivo relacionado com o TADP”, disse a ITF em comunicado enviado à AP. 

A federação declarou que Nadal, como outros jogadores, tem acesso a seus registros antidoping através da base de dados da Agência Mundial Antidoping “e é livre para torná-los disponível” “A precisão de qualquer liberação deste tipo seria verificada pela ITF”, afirmou. 

O astro espanhol disse que estava escrevendo a carta por causa dos comentários de Roselyne Bachelot, ex-ministra da França para a saúde e o esporte. Ela disse em uma programa de TV francês, no mês passado, que o afastamento de Nadal das quadras por sete meses em 2012 não foi por uma lesão, mas “provavelmente devido a um exame antidoping positivo”. 

Nadal, que conquistou seu 49º título no saibro no último domingo em Barcelona e tentará ser campeão pela décima vez de Roland Garros no próximo mês, entrou com um processo por difamação contra Bachelot em Paris. “É inaceitável e principalmente injusto que alguém que deve ter conhecimento do esporte em um certo ponto e grau possa dizer publicamente algo parecido com isto sem nenhuma prova ou evidência”, disse Nadal na carta a Haggerty.

O espanhol afirmou que parte da imprensa, torcedores e patrocinadores não confia no programa antidoping do tênis. “Eles não confiam no esporte. Eles pensam que órgãos encobrem as coisas e não fazem nada”, disse. “Sabemos que isso não é verdade Eu acredito que o tempo passou, e nosso esporte e nossos órgãos gestores precisam dar um passo se comunicando bem com o mundo”.

Nadal disse que nunca se esquivou de compartilhar seus pensamentos sobre o combate ao doping. “Eu acredito que nós temos que continuar com a luta contra o doping e tornar a lutar mais forte e melhor, se possível”, escreveu. “Como jogador, pela primeira como um amador e em seguida, um profissional, tenho a certeza de que nosso esporte é limpo. É necessário que nosso esporte se torne um porta-voz em um mundo onde a transparência e a honestidade são dois pilares de nossa conduta e maneira de viver”. 

A carta de Nadal vem no momento em que o tênis está lidando com o caso de doping de Maria Sharapova. A russa foi suspensa provisoriamente após testar positivo para a substância recentemente proibida Meldonium no Aberto da Austrália em janeiro. Ela está aguardando uma audiência disciplinar da ITF.

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