Após fracasso na Olimpíada, CBDA vê evolução na natação brasileira: ‘estamos renascendo’
Depois de uma fraca campanha nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, a natação brasileira está ressurgindo no cenário internacional. Esta é a avaliação da atual gestão da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), ao fim da disputa do Pan-Pacífico, considerada a principal competição do ano.
“Tenho a impressão de que a natação brasileira está renascendo”, disse ao Estado o diretor-geral de esportes da CBDA, Renato Cordani. “Acabou a Olimpíada do Rio e ficou aquele gosto de ‘estamos indo para o buraco’. E nós – atletas, comissão técnica e clubes – estamos conseguindo reerguer a natação brasileira. E agora sim tivemos um bom desempenho e com cara de que está crescendo, como num gráfico ascendente.”
Cordani se refere à performance da seleção brasileira no Pan-Pacífico, encerrado na terça-feira, em Tóquio. Com cinco medalhas, a equipe obteve sua melhor participação na história da competição em provas olímpicas. Foram ainda 19 finais em disputas que podem ser encontradas também nos Jogos Olímpicos.
“Antes da competição, pensávamos que repetir as mesmas quatro medalhas de 2014 já seria uma grande conquista porque estávamos com uma equipe jovem. E isso conseguimos”, avaliou o dirigente, que reforça sua confiança na equipe brasileira. “O que ficou foi um gostinho de quero mais porque até os próprios atletas sentem que dentro deles tem mais do que os resultados obtidos. Fomos muito bem. Fizemos a melhor participação da história, mas ficou um gostinho de que ainda há mais para tirar desta equipe.”
A surpresa negativa ficou por conta do desempenho dos brasileiros nos 100 metros livre. A prova era a maior aposta de medalha da CBDA. Mas o pódio não veio. “O que surpreendeu foi o 100 metros livre, que não foi tão bom quanto a gente esperava. Eu considerava a nossa melhor prova, mas não saiu medalha.”
O desempenho que não veio na prova individual dos 100m livre acabou vindo à tona no revezamento 4x100m livre. O time brasileiro faturou um ouro inédito na disputa, após desclassificação da equipe dos Estados Unidos. Foi o melhor tempo da prova na temporada até agora, o suficiente para faturar o ouro também no Campeonato Europeu, encerrado recentemente.
“Na prova individual dos 100m livre, faltou um pouquinho para o Pedro Spajari. E aquilo que faltou nesta prova não faltou no revezamento”, disse Cordani, referindo-se ao forte desempenho do nadador de 20 anos no 4x100m livre. “Então, isso é o que deixa aquele gostinho de quero mais. Mas ele ainda é jovem e outras competições virão. Eles vão batalhar para fazer esta evolução.”
Numa avaliação geral, o dirigente da CBDA avalia que a preparação da seleção brasileira para o Pan-Pacífico foi positiva. E deve ser repetida em 2019 e também em 2020, para a Olimpíada de Tóquio.
“Avaliamos que a preparação foi boa para o Pan-Pacífico. Este ano tem sido de testes. Pela primeira vez, fizemos uma seletiva única para a competição. Depois fizemos um circuito na Europa, com duas competições. E depois a aclimatação no Japão. Esse esquema será avaliado pelo conselho técnico de alto rendimento. A ideia é repetir esta programação no próximo ano e também em 2020, sempre com vistas à Olimpíada, que é o nosso principal objetivo.”
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