Hamilton faz duro protesto contra o racismo após 90ª vitória: ‘Não vamos ficar em silêncio’
O inglês, hexacampeão mundial da Fórmula 1, é o único piloto negro da história da Fórmula 1
Pole position perdida logo na largada. Primeiro lugar recuperado na relargada. Liderança de ponta a ponta na terceira saída do GP da Toscana. Sim, a primeira corrida da história do autódromo de Mugello foi dividida em três partes por causa dos acidentes, e Lewis Hamilton festejou muito a vitória em “três corridas num dia”. O 90° triunfo do inglês na Fórmula 1, contudo, ficou marcado pelo forte protesto contra o racismo pelo mundo, desta vez com ele vestindo uma camiseta cobrando a prisão de policiais que assassinaram Breonna Taylor, nos Estados Unidos.
Único piloto negro na história da Fórmula 1, Hamilton protestou antes da corrida e foi incisivo no pódio, de cabeça baixa e exibindo a camisa que cobrava punição aos assassinos de Breonna. Também postou em suas redes sociais exigindo ação das autoridades norte-americanas. “Passaram-se seis meses desde que Breonna Taylor foi assassinada pela polícia, na sua própria casa. Ainda não foi feito justiça. Não vamos ficar em silêncio”, postou Hamilton.
O inglês da Mercedes vem sendo uma voz ativa contra o racismo no mundo e toda vez cobra justiça. Desta vez, ele usou o caso de Breonna para mostrar a injustiça racial nos EUA. A jovem de 26 anos foi assassinada com oito tiros disparado por policiais que invadiram sua casa em março, numa ação totalmente equivocada. Eles procuravam um suspeito que estava sob custódia, mas acabaram entrando na casa errada e mataram uma inocente, em Kentucky.
Sobre a 90ª vitória na carreira – está a uma vitória de igualar o recorde do alemão Michael Schumacher -, Hamilton voltou a afirmar que foi um fim de semana bastante duro. “Foi tudo um pouco atordoante, como se fossem três corridas disputadas em um dia”, descreveu sua sensação do GP da Toscana. A prova na casa da Ferrari durou quase 2h20min e contou com duas relargadas após dois acidentes.
Pole position, Hamilton foi ultrapassado na largada por Valtteri Botas e só recuperaria a posição na relargada, já na décima volta. Mas voltaria a sofrer pressão do companheiro após a segunda bandeira vermelha. Essa aventura foi muito comemorada por ele. “Foi incrivelmente complicado hoje, com um início difícil. Está pista é fenomenal, mas teve o calor, a responsabilidade de manter Valtteri atrás, não foi fácil. Sem contar que fiquei para trás no início. Todas as relargadas, ter de manter o foto total necessário durante o tempo todo… Foi muito, muito difícil.”
Assim como Hamilton, Bottas também viu “três corridas” num dia e lamentou só poder ter comemorado a primeira delas, na qual largou bem e assumiu o primeiro lugar. “Parece que tivemos três corridas hoje”, disse. “A primeira parte foi muito boa, mas bem curta. Assim que perdi a posição para o Lewis, foi muito complicado recuperá-la. Obviamente tentei tudo o que pude. No meio da corrida, estava forte atrás, tentando manter uma boa distância. Mas, quando você está atrás, precisa forçar mais nas curvas, então fiquei sem pneus no final”, lamentou.
Questionado se foi o culpado por ocasionar o forte acidente na segunda relargada, ao demorar para acelerar, o finlandês disse que cumpriu a regra da competição e se eximiu. “Não tenho culpa nenhuma nisso. Estava numa velocidade consistente. Temos permissão para correr após a linha de largada (só ao cruzar a linha que os pilotos são obrigados a acelerar)”, afirmou. E fez uma crítica e recomendação aos responsáveis pelas regras. “Eu não sei quem decidiu o que acontece com os Safety Cars, mas eles estão tentando tornar o show melhor, apagando as luzes mais tarde, então você não pode abrir uma lacuna no início e depois ir, tipo uma curva antes da relargada. Talvez seja hora de pensar se isso é certo e seguro.”
*Com informações do Estadão Conteúdo
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