Irving se desculpa após promover filme antissemita, mas postura desagrada NBA

O astro do Brooklyn Nets aceitou doar US$ 500 mil para fundações dedicadas ao combate à intolerância e se comprometeu a trabalhar com a Liga Antidiscriminação

  • Por Jovem Pan
  • 03/11/2022 16h08
Reprodução/Facebook/@BrooklynNets De costas para a arquibancada atrás de uma das tabelas, cheia de gente, Kyrie Irving coloca as mãos na cintura dentro da quadra Kyrie Irvig, astro da NBA, se envolveu em mais uma polêmica fora das quadras

Após usar as redes sociais para compartilhar um documentário de teor antissemita e teorias da conspiração, Kyrie Irving, astro do Brooklyn Nets, aceitou doar US$ 500 mil para fundações dedicadas ao combate à intolerância e se comprometeu a trabalhar com a Liga Antidiscriminação, ONG que luta contra o antissemitismo e outros tipos de preconceitos. Apesar do acordo, a postura do armador de 30 anos ao se desculpar foi criticada pelo comissário da NBA, Adam Silver. “Embora apreciemos o fato de que ele concordou em trabalhar com o Brooklyn Nets e a Liga Antidiscriminação para combater o antissemitismo e outras formas de discriminação, estou desapontado por ele não ter oferecido um pedido de desculpas incondicional e, mais especificamente, denunciado o vil e prejudicial conteúdo do filme que ele escolheu divulgar. Irei encontrar Kyrie na próxima semana para discutir o assunto”‘, disse Silver, em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 3.

No dia anterior, a NBA publicou uma nota oficial para informar sobre o acordo feito com o jogador. Um dos trechos do texto é o pedido de desculpas de Irving, que diz estar ciente do impacto negativo de sua publicação e que não teve intenção de prejudicar nenhum grupo religioso. “Eu me oponho a todas as formas de ódio e opressão e mantenho-me solidário às comunidades marginalizadas. Estou ciente do impacto negativo do meu post para a comunidade judaica e assumo a responsabilidade. Não acredito que tudo o que foi dito no documentário seja verdade ou reflita minha moral e meus princípios. Sou um ser humano aprendendo em todas esferas da vida e pretendo fazê-lo com a mente aberta e vontade de ouvir. Então, eu e minha família não quisemos prejudicar nenhum grupo, raça ou religião de pessoas, e desejamos ser apenas um farol de verdade e luz”, afirmou.

A polêmica começou quando Irving publicou em sua página do Twitter um link para o filme “Hebrews to Negroes: Wake Up Black America”, baseado em livro com o mesmo título, do autor Ronald Dalton. A produção aponta judeus como responsáveis por uma conspiração para oprimir negros e defende que eles falsificaram a história do Holocausto para “esconder a própria natureza e proteger o status e o poder”. Assim que a publicação foi feita, o armador recebeu muitas críticas, e o Brooklyn Nets se posicionou publicamente contra o conteúdo do filme. Até fazer o acordo e pedir desculpas, contudo, Irvin defendeu a postagem. Chegou a dizer que não iria desistir e que “a história não pode ser escondida de ninguém”. O jogador também publicou uma teoria da conspiração de Alex Jones, apresentador americano de extrema-direita condenado a pagar 1 US$ Bilhão em danos após dizer que o tiroteio na escola primária de Sandy Hook, em 2012, seria uma farsa. Irving disse não apoiar a teoria sobre o massacre, mas admitiu acreditar em outras especulações disseminadas por Jones. Irving já havia se colocado no centro de uma grande polêmica quando se recusou a tomar a vacina contra a Covid-19. A decisão fez ele ficar de fora da maior parte dos jogos do Nets em casa, já que Nova York exigia a vacinação.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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