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Isaquias Queiroz “usa” filho para mirar ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Rival de Isaquias vestiu uma camisa em homenagem ao filho do brasileiro, que foi batizado em sua homenagem

Primeiro atleta brasileiro a conquistar três medalhas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos, o canoísta Isaquias Queiroz é um cara inquieto. Pouco mais de um ano depois de conquistar duas pratas e um bronze na Olimpíada do Rio, ele já estabeleceu a meta para Tóquio 2020: desbancar um dos maiores canoístas de todos os tempos, o alemão Sebastian Brendel, e ganhar o seu primeiro ouro.

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A fixação é tanta que Isaquias batizou o seu primeiro filho com o nome do atleta alemão. “Pra mim é uma honra e também fica o nome dele todo dia na minha cabeça, já sabendo de quem eu tenho que ganhar”.

O nascimento de Sebastian, o filho do medalhista brasileiro, aconteceu em agosto, período em que Isaquias estava na República Tcheca disputando o Campeonato Mundial de Canoagem Velocidade. Ele acompanhou o parto por videochamada e no dia seguinte faturou a medalha de bronze da C1 1.000. O vencedor da prova foi Brendel.

Na Olimpíada do Rio, o canoísta baiano havia ganho a prata na C1 1.000 e também na C2 1.000. O bronze foi conquistado no C1 200.

A chegada do primogênito mudou a vida de Isaquias Queiroz, mas não muito. “Com filho acaba sendo uma parte bem legal porque chego em casa e posso ficar com ele, não ficar só pensando no esporte”, disse, para depois deixar escapar a sua inquietude. “Acho que me dá um pouco de inspiração, estou sempre com o nome dele na cabeça”.

Superar Sebastian Brendel, de quem não esconde que é fã, é o desejo de Isaquias e de outro grande canoísta da atualidade, o checo Martin Fuksa. “O objetivo meu e do checo é o Brendel. Ele é um grande atleta, um cara que sabe remar como ninguém nunca remou. Pra mim é um ídolo. Antes de Brendel parar eu quero ‘quebrar’ ele, essa invencibilidade dele”.

Para conseguir a sua meta, Isaquias Queiroz direciona o seu foco para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Nem mesmo o bom desempenho no Mundial deste ano, marcado pela “ressaca olímpica”, é muito exaltado. “A canoagem brasileira está vivendo seu momento de ouro. Éramos o patinho feio do esporte, não tínhamos medalha olímpica, e hoje temos vários bons resultados em Olimpíada e Mundial”, comentou. “Mas temos de manter nosso foco, que é a Olimpíada, o mais importante. Não adianta ganhar medalha em Mundial e chegar à Olimpíada e não ganhar”.

A conversa de Isaquias Queiroz com o jornal O Estado de S. Paulo aconteceu na última segunda-feira, em meio a uma série de exames que ele realizou no Laboratório Olímpico, administrado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

O canoísta elogiou o suporte dado pelo Comitê, mas, sem citar o nome, criticou duramente o ex-presidente da entidade, Carlos Arthur Nuzman. O dirigente renunciou este mês ao comando da entidade enquanto estava preso preventivamente no curso da Operação Unfair Play – ele é acusado de participação no esquema de compra de votos para o Rio sediar a Olimpíada de 2016.

“A gente acaba pensando ‘pô, tô me matando na água, tentando fazer o máximo da minha vida pelo meu País, e acaba vindo um cara desses sujando o nome do esporte?’”, indagou. “A sociedade acaba não culpando só ele, mas todo o esporte brasileiro, e isso acaba dando um pouco de medo. Cada coisa que acontece ao nosso redor acaba deixando a gente com um pouco de medo”.

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