Quem paga a conta? COI e Tóquio divergem sobre gastos com adiamento dos Jogos

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2020 16h26
EFE/EPA/KIMIMASA MAYAMA toquio-2020 Custos de remarcação dos Jogos Olímpicos gera divergência entre COI e organização local

O Comitê Olímpico Internacional (COI) e Comitê Organizador da Olimpíada de Tóquio ainda não entraram em consenso sobre quem arcará com os custos adicionais provocados pelo adiamento das Olimpíadas.

O conflito foi exposto durante uma entrevista coletiva concedida pela porta-voz do evento na cidade, Masa Takaya, revelou que o órgão pediu que o COI removesse uma frase de seu site, indicando que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, aceitou assumir a maior parte das despesas pela mudança na data. “Não é apropriado mencionar o nome do primeiro-ministro dessa maneira”, disse Takaya. Porta-voz de Abe, Yoshihide Suga, também questionou o COI e apontou que “não existe tal acordo relacionado ao custo adicional de adiamento”.

Publicado na seção “Perguntas Frequentes sobre os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020”, o trecho cita que o Japão “continuará cobrindo os custos assumidos nos termos do acordo existente até 2020, e que o COI continuará sendo responsável por sua parte dos custos.”

Após a reclamação, o Comitê removeu o nome do premiê e a qualquer referência às obrigações financeiras do Japão. A versão editada diz que “o governo japonês reiterou que permanece firme em sua disposição de cumprir sua responsabilidade de organizar Jogos bem-sucedidos”.

Takaya reiterou que não há plano B – mesmo que alguns cientistas acreditem que a pandemia não permitiria a abertura dos jogos em julho de 2021. “Não vamos adivinhar. As novas datas foram definidas. O Comitê Organizador de Tóquio-2020 e todas as partes interessadas estão envolvidas para trabalhar com a nova data.”

A imprensa do Japão estima que o adiamento provocará uma despesa extra que pode variar entre US$ 2 e US$ 6 bilhões – aproximadamente entre R$ 10,6 e R$ 31,9 bilhões. Nenhuma estimativa oficial foi divulgada, mas o CEO dos Jogos de Tóquio, Toshiro Muto, descreveu o custo como “monumental”.

Tudo indica que o Japão precisará arcar com a maior parte dos custos, o assunto, porém, é sensível para Shinzo Abe, especialmente pelo colapso econômico causado pela pandemia. O orçamento oficial dos Jogos era de US$ 12,6 bilhões, algo em torno de R$ 67 bilhões, mas uma auditoria do governo em dezembro tenha indicado que o custo real giraria em torno de US$ 28 bilhões – R$ 148,9 bilhões. Desses, apenas US$ 5,6 bilhões – R$ 29,8 bilhões – são privados.

* Com Estadão Conteúdo

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