Paris prepara candidatura ecológica e econômica para os Jogos de 2024

  • Por Agencia EFE
  • 12/02/2015 13h32

Paris, 12 fev (EFE).- Paris deu nesta quinta-feira um passo decisivo para concorrer como sede aos Jogos Olímpicos de 2024 com a apresentação de um relatório de viabilidade que defende uma candidatura “ecológica e econômica”, que será votada em abril deste ano.

A prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo, recebeu o documento elaborado pelas instâncias esportivas do país, que concluíram que a organização do evento beneficiaria a cidade, ao mesmo tempo que avaliaram que as chances de vitória “são reais”.

Com esses elementos, Anne, até agora reticente a entrar na corrida olímpica, considerou que a situação é favorável. Ela tinha colocado uma série de condições para dar sinal verde à candidatura de Paris e hoje destacou que elas “se cumpriram”.

A prefeita se mostrou satisfeita pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) ter se comprometido ressaltar os aspectos ecológicos da candidatura de Paris, cumprindo assim uma das condições prévias estabelecidas por ela.

Além disso, em dezembro do ano passado, o COI afirmou que ajudará com 1,8 bilhões de euros (R$ 5,8 bilhões) as cidades que forem sede dos Jogos Olímpicos, minimizando os reflexos orçamentários da realização do evento em tempos de crise.

Segundo o presidente do Comitê Francês do Esporte Internacional (CFSI), Bernard Lapasset, encarregado de estudar a viabilidade da candidatura, indicou que o impacto econômico dos Jogos Olímpicos em Paris seria muito limitado.

Conforme o relatório, Paris precisaria de 6 bilhões (R$ 19,5 bilhões) para organizar o evento. Apenas 1,5 bilhão de euros (R$ 4,9 bilhões) sairiam dos cofres públicos.

“Os Jogos se financiam com os próprios Jogos”, indicou Lapasset, também presidente da Federação Internacional de Rúgbi, cargo que deve deixar no final do ano para dirigir a candidatura parisiense junto com o ex-canoísta Tony Estanguet, atual membro do COI e que atuaria em um papel similar ao de Sebastian Coe em Londres-2012.

O dirigente do CFSI explicou que o dinheiro público investido no evento servirá para financiar instalações temporárias ou para a construção de infraestruturas já previstas, como extensões no sistema de transportes de Paris.

O restante será financiado com a contribuição do COI, a receita obtida através da venda dos ingressos, o marketing e a iniciativa privada.

Paris apresentará uma candidatura sustentada em boa parte de suas atuais instalações esportivas, algumas das quais terão que ser reformas para os Jogos. Contudo, a cidade prevê a construção apenas de uma piscina olímpica, da vila dos atletas e de um centro de imprensa.

Todos esses elementos parecem ter convencido a prefeitura de Paris. Em abril, o plenário municipal, onde seu Partido Socialista tem uma sólida maioria, votará a proposta da candidatura olímpica.

Caso aprovada, ela será apresentada oficialmente em junho, antes do prazo final do COI, marcado para se encerrar em setembro. A sede dos Jogos Olímpicos de 2024 será decidida em 2017.

Apesar do passo decisivo dado hoje, a disputa pelo evento deverá ser acirrada. As candidaturas de Boston, nos Estados Unidos, e Roma, na Itália, estão muito avançadas, por isso Anne quis ser prudente.

“Temos que aprender as lições de nossas derrotas nas tentativas passadas”, indicou Anne, que ocupava o cargo de vice-prefeita quando Paris fracassou em tentar organizar os Jogos de 2008 e 2012.

A prefeita destacou a necessidade do envolvimento popular, similar ao que a cidade mostrou após os atentados contra o semanário humorístico “Charlie Hebdo” no mês passado.

“Esse espírito demonstro que o que afeta Paris, afeta todo o mundo. Temos que aproveitá-lo”, indicou Anne, lembrando que em 2024 serão completados 100 anos da última passagem dos Jogos Olímpicos por Paris.

De acordo com uma recente pesquisa, 73% dos franceses apoiam a candidatura de Paris como sede, uma porcentagem que deve aumentar a partir do momento que a candidatura for oficializada. EFE

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