Por doping, levantamento de peso ameaça tirar Rússia e Casaquistão do Rio-2016
Após a histórica decisão da IAAF de excluir a Rússia do atletismo no Rio-2016, o levantamento de peso deve seguir o mesmo caminho. O Comitê Executivo da IWF, federação internacional da modalidade, anunciou nesta quarta-feira que vai suspender por um ano qualquer país que tiver três ou mais casos de doping na reanálise das amostras colhidas nos Jogos de Pequim e Londres. A carapuça serve a Rússia, Casaquistão e Bielo-Rússia
O Comitê Olímpico Internacional anunciou que as primeiras reanálises dessas amostras apontaram 31 casos positivos em 2008 e outros 23 em 2012. O COI ainda não aplicou punições, mas sabe-se que são quatro casos positivos para o Casaquistão (todos campeões olímpicos), três da Rússia (todos medalhistas) e três da Bielo-Rússia (um medalhista).
No caso da Rússia, Marina Shainova (prata) e Nadezhda Evstyukhina (bronze) caíram no doping em Pequim, enquanto Apti Aukhadov (prata) testou positivo em Londres. As suspensões ainda devem ser aplicadas. Quando isso acontecer, a Rússia entra na regra estabelecida nesta quarta pela IWF e deve ser suspensa por um ano. Ficaria fora, portanto, do Rio-2016.
O mesmo aconteceria com o Casaquistão, que deve perder as quatro medalhas de ouro conquistadas na modalidade em Londres. Ilya Ilyin, considerado o melhor halterofilista do mundo, invencível durante toda a carreira, testou positivo tanto em 2008 quanto em 2012. O Azerbaijão, com dois casos, fica na berlinda e torce para não ter novos casos quando mais amostras forem abertas.
A punição, se vier a ser aplicada, seria um marco para a modalidade. Rússia, Bielo-Rússia e Casaquistão ficaram nos três primeiros lugares no masculino no Mundial do ano passado, enquanto Rússia e Casaquistão ficaram respectivamente em segundo e terceiro lugares no feminino, atrás da China. Os três conseguiram a cota máxima de 10 vagas no Rio. Juntos, somaram 14 medalhas no Mundial (sete da Rússia, seis do Casaquistão e uma da Bielo-Rússia).
O levantamento de peso foi a única modalidade que colocou, entre os critérios de classificação para a Olimpíada, uma restrição por acúmulo de casos de doping. Desde o início do processo, instituiu como regra a punição que o atletismo impôs à Rússia. Países com mais de nove atletas flagrados durante um ano poderiam ser excluídos do Rio-2016. A Bulgária teve 11 casos de doping no Europeu do ano passado e recebeu essa punição antes do Mundial. A Corte Arbitral do Esporte (CAS) referendou a exclusão
Nesta quarta-feira, o Comitê da IWF estendeu a punição. Azerbaijão, Casaquistão, Moldávia, Coreia do Norte e Rússia perderam duas vagas cada. A Bielo-Rússia se juntou a Romênia e Usbequistão perdendo uma credencial por enquanto. No levantamento de peso, os resultados somados de atletas de um mesmo país geram um ranking de nações que, por sua vez, determina a quantas vagas cada país tem direito em Olimpíadas e Mundiais.
Para a Rússia, essa punição é branda. O site da IWF mostra sete atletas russos suspensos por casos de doping do ano passado, mas ainda não considera casos já anunciados pela agência nacional antidoping. Quando esses casos forem contabilizados pela IWF, a Rússia pode também ser suspensa por essa via – aí, o gancho seria de quatro anos.
Assim como a IAAF, a IWF também vai criar uma comissão independente para investigar os países com múltiplos casos de doping (pelo menos três por ano). Azerbaijão, Bulgária, Casaquistão, Moldávia, Romênia e Rússia se encaixam nesse perfil A entidade também promete não permitir que atletas potencialmente implicados na reanálise dos exames de 2008 e 2012 estejam no Rio.
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